Dois profissionais que representam o DRS-2 (Departamento Regional de Saúde) de Araçatuba (SP) foram homenageados nesta segunda-feira (30), com Diploma de Honra ao Mérito, pelo trabalho realizado durante a pandemia da covid-19.
A condecoração aconteceu durante a realização do Semináro Internacional 35 anos do SUS – SP, que é promovido pela Opas (Organização Pan-americana da Saúde), Instituto Butantan e governo de São Paulo, entre outras entidades.
Um dos homenageados é o médico Carlos Henrique Mori Frade Gomes, que na pandemia atuou como diretor técnico do pronto-socorro municipal de Araçatuba e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
A outra é a enfermeira Cristiane Jesus dos Santos, que segundo o que foi informado, durante a pandemia atuou na enfermagem e também na criação de um grupo musical que se apresentava para os pacientes. O diploma é assinado pelo secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva.
Seminário
O seminário está sendo realizado no Centro de Convenções Rebouças e a homenagem aos profissionais da linha de frente da Saúde durante a pandemia de covid-19 foi apenas uma das ações realizadas nesta segunda-feira.
Pela manhã, o consultor da Opas, Renilson Rehem, participou da mesa "Desafios para a construção de redes regionais" e disse que, embora, nos anos 2000, o debate sobre a estruturação de redes regionais de saúde tenha sido retomado com mais intensidade, o que se vê na prática é pouco avanço.
Ele destacou que a implementação de políticas públicas fica fortemente condicionada a acordos políticos e disse que é preciso haver financiamento disponível e comentou que uma das formas de facilitar o processo é o estado demonstrar disposição para provocar uma abertura de diálogo com os municípios.
"Outro passo que a gente deu foi trazer para o processo os próprios prestadores, o que, no caso de São Paulo, abrange prestadores de serviços públicos e filantrópicos", comentou, mencionando o que ocorreu no âmbito da unidade federativa.
Itália
O conselheiro de saúde Sergio Venturini, da região Emília Romagna, na Itália, também participou do seminário e informou que os serviços na área da saúde naquele país são gratuitos, mas o governo cobra por alguns, quando o usuário tem mais condições financeiras, tomando como base uma tabela de valores que variam conforme a renda.
Ele enumerou fatores que considera impedimentos à universalização dos serviços de saúde, entre os quais estão as listas de espera para atendimento, a crise das profissões de saúde e a migração de profissionais, que, no caso da Itália, segundo ele, têm sido atraídos para locais como Emirados Árabes Unidos, por causa das propostas de elevados salários.
Venturini também chamou a atenção para as interferências dos seres humanos no meio ambiente e a crise climática mundial, cenário que envolve aquecimento global, a primazia da agricultura, os índices crescentes de desmatamento, a escassez de água e a poluição do ar, conjunto de elementos que aumenta a incidência de doenças não transmissíveis. "Estamos falando de saúde planetária, uma política da saúde para todos", argumentou. (com Letycia Bond/Agência Brasil)