O Hospital do Rim da Santa Casa de Araçatuba registra aumento no número de pacientes transplantados neste ano, em comparação com o ano passado. Segundo o que foi informado pela assessoria de imprensa do hospital, em 2022, 11 pacientes do Hospital do Rim foram submetidos ao transplante, contra 16 no período de janeiro a agosto deste ano.
Apesar do aumento, o nefrologista Guilherme Ugino, que integra a equipe médica do Hospital do Rim, comenta que os números são pequenos se comparados ao total de pacientes aptos para o transplante renal que corresponde a 70% do total de atendidos.
Ainda de acordo com o que foi divulgado, a pouca oferta do órgão torna a espera lenta e angustiante, já que o rim é o órgão com maior demanda dentre os pacientes que aguardam por transplante. São 31.541 pacientes na fila de espera no País, incluindo 1.175 são crianças.
Em oito anos, Santa Casa de Araçatuba captou 460 órgãos
A Santa Casa de Araçatuba é uma das referências em notificações de morte encefálica da região Noroeste Paulista. Por três anos consecutivos o hospital recebeu premiação da Secretaria Estadual de Saúde, pelo desempenho em taxa de efetivação das doações de órgãos.
Em 2022, por exemplo, a Santa Casa foi uma das duas unidades hospitalares da OPO (Organização de Procura de Órgãos) de São José do Rio Preto, com maiores taxas de consolidação de protocolos.
O trabalho é realizado pela CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes), que foi implantada em janeiro de 2015. Desde então, até setembro de 2023, foram registrados 267 protocolos de morte encefálica, resultando em 115 captações e 460 órgãos distribuídos e transplantados em todo o Estado de São Paulo em pacientes que estavam na fila de espera.
Importância
O médico Rafael Saad, coordenador da CIHDOTT da Santa Casa de Araçatuba, comenta que essas comissões são essenciais para viabilização e cuidado dos doadores de órgãos para transplantes “Os integrantes dessas comissões internas realizam busca ativa em todo âmbito hospitalar, em especial nas unidades de tratamento intensivo e setores de urgência e emergência”, explica.
Ainda de acordo com ele, cabe à comissão o acompanhamento de todas as etapas do protocolo de investigação de morte encefálica, abordagem e entrevista com familiares dos pacientes, o contato com a Central de Transplantes e o suporte às equipes que realizam as captações.
Conscientização
Saad reforça que a elevada taxa da recusa familiar à doação de órgãos é o principal obstáculo para efetivação da doação na maioria dos Estados. Como já foi informado anteriormente, a taxa de recusa para a doação de órgãos registrada na Santa Casa de Araçatuba é de 25%, bem abaixo da média nacional, que é de 49%, segundo dados de junho da ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos).
Mesmo assim, ele explica que é possível melhorar ainda mais e reforça a importância da comunicação entre os familiares sobre a vontade de ser um doador de órgãos. “Apenas com o consentimento familiar é possível realizar a doação”, conclui.