Política

Prefeito de Birigui tenta barrar prosseguimento da CP dos lubrificantes

Pedido de liminar para suspender os trabalhos foi negado pela Justiça, mas defesa de Leandro Maffeis faz novo pedido
Da Redação
27/08/2023 às 17h17
Foto: Divulgação Foto: Divulgação

O prefeito de Birigui (SP), Leandro Maffeis (Republicanos), recorreu à Justiça para tenta barrar o andamento da CP (Comissão Processante) instaurada para investigar denúncia de possíveis irregularidades na aquisição de óleos lubrificantes pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos, que está com o terceiro comandante em pouco mais de um mês.

 

A defesa do Chefe do Executivo ingressou com um mandado de segurança com pedido de liminar para que a CP seja suspensa até que sejam finalizados os procedimentos do MP (Ministério Público) com relação ao caso. O pedido de liminar foi negado pela juíza da 3ª Vara Cível, Cássia de Abreu, em 16 de agosto.

 

Entretanto, na última quinta-feira (24) houve nova manifestação por parte da defesa, alegando já haver motivos para a anulação do processo “pois além de não haver qualquer indício de irregularidades por parte do impetrante, a CP 002/2023 encontra-se maculada e dissonante do disposto no artigo 5º, inciso LIV da Constituição Federal (devido processo legal)”, cita o pedido.

 

Sem provas

 

A defesa argumenta que a CP foi instaurada com base no relatório de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito), que não apresentaria qualquer exatidão ou realidade factível. A administração municipal alega que restam apenas a evidência “de mero erro procedimental” , sem qualquer indício de crime por parte do prefeito e demais envolvidos.

 

Consta no pedido de liminar que a Lei Orgânica do Município determina que o resultado da CEI deveria ter sido encaminhado ao Ministério Público pela Presidência da Câmara, mas “estranhamente” foi encaminhado pelos mesmos denunciantes da CP 002/2022, que foi instaurada para investigar possível omissão do prefeito na adequação das escolas municipais para obtenção de AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros).

 

Essa, que é uma das sete Comissões Processantes abertas contra Maffeis em pouco mais de dois anos e meio de mandato, foi arquivada pela Justiça.

 

Sindicância

 

A defesa alega ainda que a administração municipal instaurou uma sindicância para apurar os indícios de fraude apontados no relatório da CEI, o que afastaria a alegação de omissão por parte do gestor municipal.

 

“Restando, portanto, dois procedimentos de apuração em curso, o que demonstra que a questão aquisição de óleos lubrificantes ainda não é pacificada para os fins extremos de uma Comissão Processante, cujo objetivo é a efetiva cassação e destituição do governo municipal”, cita. 

 

No pedido de liminar, a defesa do prefeito argumenta que já aguarda a produção do relatório conclusivo e o agendamento para a votação de julgamento, pedindo a cassação, pois o relator, vereador Tody da Unidiesel, é o mesmo da CEI, “que na oportunidade não só acusou o denunciante de desvio de recursos (sem provas) como suscitou a abertura de CP, o que motivou o grupo de denunciantes”.

 

Cerceamento da defesa

 

O pedido cita ainda que a CP teria indeferido o interrogatório de duas testemunhas elementares ao caso, que seriam o secretário municipal de serviços públicos à época, Alexandre Boschini Menezes, e o representante da empresa fornecedora dos óleos lubrificantes, que foi ouvido na CEI.

 

Por fim, a defesa alega não haver qualquer elemento de prova contra o prefeito, a não ser as declarações de uma das testemunhas de acusação, Diogo Sobreira, que teria ficado revoltado por ter sido exonerado do cargo.

 

Caos institucional

 

No pedido de suspensão da CP, a defesa cita que se o mandato do prefeito for cassado “mediante processo tão banal”, Birigui será lançada “em profundo caos institucional, cuja reparação é incerta e cujos efeitos afligem diretamente ações de desenvolvimento, serviços básicos e assistência social".

 

“Imagine, Excelência, tudo isso em uma época de queda considerável na arrecadação pública (FPM reduzido por fatores econômicos) e quando se tem, em curso, um extenso programa de recuperação orçamentária e financeira”, complementa o pedido.

 

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