O ex-presidente do Brasil, Michel Temer, defendeu durante visita a Araçatuba (SP) nesta segunda-feira (24), uma grande reforma da federação brasileira para que os municípios tenham maior autonomia financeira diante da União.
Ele falou para um grande público composto de empresários, políticos e representantes de vários setores da sociedade, a convite do empresário Chaim Zaher, em evento para apresentar a nova grade do TH+ SBT, antigo SBT Interior.
Temer citou que nos seis mandatos que exerceu como deputado federal, via com tristeza vereadores e prefeitos indo ao governo federal com “chapéu na mão”, pedir dinheiro. Ele argumentou que os municípios muitas vezes têm muitas competências, mas não recebem recursos suficientes para realizá-las. “O que é preciso é uma redistribuição dos recursos tributários”, disse, citando que esse é o momento para que os prefeitos cobrem isso, aproveitando a aprovação da reforma tributária.
Por isso, o ex-presidente defendeu que haja destinação maior de recursos para os municípios, explicando que a própria Constituição cita que a União é fruto da união de municípios, estados e do distrito federal. Ele disse ainda que, quando governou o País, percebeu que a União só vai bem se os estados e municípios vão bem.
Otimista
Temer declarou que é otimista em relação ao Brasil, destacando que ao longo do tempo, o País passou pelos mais variados incidentes econômicos, políticos, sociais e superou todos eles.
Ele comentou que em 40 anos o mundo terá mais 2 bilhões de habitantes, a população precisará se alimentar e o Brasil terá papel fundamental, pois possui grande potencial aquífero e terras agriculturáveis.
“O Brasil já vem sendo e poderá ser ainda, o seleiro do mundo, por isso, não é inadequado dizer que o Brasil anda é o país do futuro”, disse, acrescentando que Araçatuba é destaque no agronegócio e poderá se beneficiar com isso.
Pacificação
Por fim, o ex-presidente defendeu o fim da radicalização, citando que os governantes precisam de tranquilidade para dirigir o país, ou seja, é preciso transmitir a ideia de pacificação, demonstrando que está cumprindo o texto da Constituição.
Segundo Temer, ele passou dois anos no governo, com os maiores movimentos tentando derrubá-lo, mas nunca se insurgiu contra esses grupos. Ainda de acordo com o ex-presidente, hoje muitas pessoas comentam que têm saudade do tempo em que ele governou o Brasil.
Ele destacou ao invés de radicalização, que leva a raiva, deve haver polarização, que é o embate de ideias, de programas e de sistemas econômicos, pois, segundo Temer, a oposição, a princípio, é fundamental para a democracia, porque ajuda a governar, fiscaliza, contesta.