Política

Mesa Diretora recua novamente e retira projeto que aumentaria subsídio dos vereadores

Com a decisão, o valor mensal recebido pelos vereadores de Araçatuba não poderá ser reajustado até 2028
Lázaro Jr.
11/12/2023 às 23h15
Cristina Munhoz disse que vereadores também queria que projeto aumentasse o número de cadeiras na Câmara de Araçatuba (F Cristina Munhoz disse que vereadores também queria que projeto aumentasse o número de cadeiras na Câmara de Araçatuba (F

Mais uma vez a Mesa Diretora da Câmara de Araçatuba (SP) recuou e retirou da pauta da sessão desta segunda-feira (11), projeto que elevaria para R$ 9.800,00 o valor mensal pago aos 15 vereadores da cidade como subsídio.

 

O aumento seria válido a partir de 2025. Com a decisão, pelo menos até 2028 os parlamentares continuarão recebendo R$ 6.502,25, já que a legislação não permite que os vereadores concedam reajuste aos próprios salários. 

 

O projeto era assinado pela presidente da Casa, Cristina Munhoz, e pela segunda secretária, Regininha (Avante). Ao justificar a retirada da pauta, Cristina argumentou que ao propor o reajuste, atendeu pedido dos próprios vereadores, que também queriam que ela propusesse o aumento no número de cadeiras na Câmara.

 

“Claro que a gente analisou e para por esse projeto, a gente tem que consultar todos os vereadores. De início eu fui contra o aumento de cadeiras, eu me propus assim desde o começo, que eu era contra mesmo e eu continuo, mas o aumento do subsídio, se tivesse um consenso, votação entre os vereadores, a maioria ou o número que precisasse para passar”, declarou.

 

Consenso

 

Segundo a presidente da Câmara, foram feitas reuniões para discutir se os parlamentares aceitariam o projeto e se chegavam a um consenso no valor. De acordo com ela, houve a última reunião e nela ficou definido que ele seria apresentado, pois havia número de votos necessários para a aprovação.

 

“Nos 45 minutos do segundo tempo alguns vereadores recuaram. Recuando, claro, eu não vou nem discutir, eu retiro o projeto, que a gente achou melhor mesmo”, disse, afirmando que não houve pressão de ninguém.

 

“Foi por um acordo entre nós, consenso. Chegamos a esse consenso”, completou, reafirmando que quando a Mesa Diretora é procurada para apresentar qualquer projeto, tem que chamar os vereadores para conversar.

 

Passaria

 

O vereador Antônio Edwaldo Costa (União Brasil), o Dunga, pediu a palavra e afirmou que o projeto seria aprovado na sessão desta segunda-feira se fosse colocado em votação, mas parabenizou a presidente da Casa por retirá-lo da pauta.

 

“Algumas artimanhas que pediram para fazer, 'ah, eu vou sair da sala, né Batata (vice-presidente), vou sair da dala, faz isso, faz isso', e com quatro votos, é um projeto que não precisa de oito, dez votos”, comentou.

 

Em seguida, falou que Cristina é “muito é macha” e fez o certo ao retirar o projeto, pois jogou a responsabilidade de reapresentar a proposta a outros vereadores que teriam que assiná-lo. “A Mesa na verdade, ela cumpriu um pedido nosso, da turma”, acrescentando que a vereadora Regininha também teria mais coragem do que muito homem que usa calça.

 

Cristina pediu a palavra em seguida e afirmou que foi muito mulher para retirar o projeto, rebatendo a fala de Dunga. Ela também questionou o fato de haver vereador que teria se declarado contrário ao aumento do subsídio receber 50% de gratificação para assessor e chefe de gabinete. “A hipocrisia é maior do que o voto”, argumentou.

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