Política

Dilador confirma que R$ 100 milhões no caixa da Prefeitura não são para livre investimento

“O saldo que está lá não é para fazer o que quer, tem as obrigações que são institucional”, disse em entrevista na rádio Cultura FM
Lázaro Jr.
08/03/2025 às 14h16
Dilador concedeu entrevista ao radialista Marco Serelepe (Foto: Reprodução) Dilador concedeu entrevista ao radialista Marco Serelepe (Foto: Reprodução)

O ex-prefeito de Araçatuba (SP), Dilador Borges (sem partido), confirmou em entrevista na manhã deste sábado (8) ao radialista Marco Serelepe, na rádio Cultura FM, que os R$ 100 milhões que foram deixados em caixa no final da administração dele, em dezembro, não são para livre investimento.

 

Na semana passada o Hojemais Araçatuba publicou matéria com base em uma nota da assessoria de Dilador, informando sobre esses R$ 100 milhões. O valor foi divulgado durante audiência de finanças na Câmara, na noite anterior, pela secretária municipal da Fazenda, Claudia Sato, em resposta a questionamento feito pelo vereador Gilberto Mantovani (PSD), o Batata.

 

“O saldo que está lá não é para fazer o que quer, tem as obrigações que são institucional, tem que ser 25% no mínimo para a Educação, os 15% da Saúde, tem os precatórios, que tem X% que você tem que recolher, você aquilo que tiver de recurso na Mobilidade (Secretaria de Mobilidade Urbana) que é oriundo de multas, tem que ser investido na mobilidade; tem o dinheiro, mas não é para fazer o que quer”, declarou Dilador.

 

Consta no material divulgado pela assessoria do ex-prefeito que, conforme balanço apresentado na audiência de finanças, no último quadrimestre de 2024 foram investidos 25,77% da arrecadação com Saúde e mais 26,23% com Educação, totalizando 52% da arrecadação. Além disso, a folha de pagamento consumiu mais 41,96%, totalizando 93,96% do orçamento somente com essas despesas. 

 

Gerência

 

O ex-prefeito ainda reforçou que com dinheiro público não se faz o que quer, se faz o que a lei determina. Dilador fez questão de destacar que ele pegou a Prefeitura de Araçatuba com um orçamento de R$ 650 milhões, oito anos atrás, e deixou para este ano, R$ 1,1 bilhão. Isso, de acordo com ele, é resultado do trabalho realizado, de fiscalização, e do investimento no projeto Araçatuba Digital, que facilitou acompanhar toda movimentação da Prefeitura.

 

“Chama-se organização, isso é gerência”, disse, acrescentando que ao assumir, em 2017, herdou a Prefeitura com provisionamento de R$ 55 milhões a serem pagos e nenhum dinheiro em caixa, diferente do que aconteceu quando ele saiu, quando deixou dinheiro em caixa para o sucessor. “Entreguei com todo provisionamento 100%”, reforçou, destacando que não recebeu nenhuma visita do atual prefeito durante o período de transição.

 

Reajuste servidores

 

Por fim, Dilador disse que aplaudiu a gestão atual pelo anúncio de que dará R$ 500,00 de aumento para os servidores municipais, conforme projeto encaminhado à Câmara na quinta-feira para apreciação e votação. “Ele está dando porque tem dinheiro no caixa. Eu não tive condição”, disse.

 

O ex-prefeito afirmou que na gestão dele, tratou muito bem os servidores e que optou por elevar o valor do vale-refeição. Quando ele assumiu para o primeiro mandato, em 2017, os servidores municipais de Araçatuba recebiam vale-alimentação no valor de R$ 250,00. Quando ele saiu, no ano passado, o benifício era de R$ 1 mil.

 

“Só não elevei mais porque a lei não me permitiu e eu não tinha certeza se eu ia ter esse caixa, porque o caixa, o resumo, você só sabe o que tem no fechamento. Porque se eu soubesse que ia ter esse dinheiro eu teria valorizado mais o vale-refeição, porque o vale-refeição você ajuda quem ganha menos”, justificou.

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