Polícia

Técnica de enfermagem é presa após criança de 2 anos morrer em hospital particular de Andradina

Teria aplicado medicação diferente da indicada pela médica para tratamento de bronquiolite; foi arbitrada fiança
Lázaro Jr.
07/05/2025 às 13h02
Foto: Ilustração/Lázaro Jr. Foto: Ilustração/Lázaro Jr.

Uma técnica de enfermagem de 31 anos, foi presa em flagrante no final da noite de terça-feira (6), em Andradina (SP), por homicídio culposo, sem intenção, após a morte de um menino de 2 anos, em um hospital particular da cidade, onde ela trabalha.

 

Segundo a polícia, a criança deu entrada na unidade de saúde pouco antes das 22h, apresentando quadro de bronquiolite, que é uma síndrome respiratória. Ela foi examinada pela médica plantonista, que prescreveu o medicamento recomendado como parte do tratamento. 

 

Entretanto, de acordo com o pai da criança, logo após a medicação ser ministrada no menino, por meio de aplicação na veia, ele apresentou queda na saturação, seguida de vômito e parada cardiorrespiratória. Apesar das tentativas de reanimação, o óbito do paciente foi constatado às 23h45.

 

Medicação errada

 

A Polícia Militar foi chamada e em conversa com a médica, ela contou que assim que o paciente começou a passar mal, foi constatado que o medicamento aplicado nele era diferente do que havia sido ministrado por ela.

 

Ao ser questionada pelos policiais, a técnica de enfermagem alegou que pegou o medicamento indicado pela médica de dentro de um frasco, no qual estava identificado que seria o que foi indicado como parte do tratamento.

 

Falha

 

Ela e os demais envolvidos foram apresentados na delegacia. Ouvida em declarações, outra técnica de enfermagem relatou que após o medicamento ser aplicado no menino, ele imediatamente apresentou reações e morreu, apesar de os médicos terem tentado reanimá-lo.

 

Ela contou ainda que verificou que havia sido aplicado medicamento errado e comunicou a chefe de enfermagem.

 

Ainda de acordo com a testemunha, a equipe é orientada a verificar o nome do medicamento, prazo de validade, a dosagem, se é diluído ou não, se o paciente é alérgico ou não antes da aplicação.

 

Por fim, explicou que embora os medicamentos estivessem em uma vasilha única, por orientação e prática da atividade, o profissional que faz a aplicação deve verificar todos esses itens antes de aplica-lo no paciente. 

 

A médica que ministrou o medicamento à criança também disse à polícia que faltou diligência mínima da profissional investigada ao pegar os medicamentos, pois ela deveria verificar validade, nome, dosagem antes da aplicação.

 

Prisão

 

O delegado que presidiu a ocorrência determinou que uma equipe de investigação fosse ao hospital para recolher os medicamentos e requerer cópia do prontuário médico do paciente.

 

Ele decidiu pela decretação da prisão em flagrante da técnica de enfermagem que aplicou o medicamento no menino, por considerar que há indícios de que ela foi a responsável pela morte da criança.

 

“... de forma imprudente, deixou de observar regra técnica da profissão ao não tomar os cuidados mínimos devidos em relação ao medicamento que deveria aplicar na vítima, ministrando um diverso do receitado e ocasionando a morte da criança”, consta no despacho. 

 

Foi arbitrada fiança no valor de três salários mínimos, o que corresponde a R$ 4.560,00, para que a investigada possa responder pelo crime em liberdade. A reportagem apurou que ela pagou o valor determinado.

 

O corpo da criança passaria por exame necroscópico antes de ser liberado para velório e enterro.

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