Equipe da 1ª DIG/Deic (Delegacia de Investigações Gerais da Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Araçatuba (SP), prendeu na manhã desta quinta-feira (10), um homem de 26 anos, em Valparaíso.
A ação foi em apoio à Polícia Civil de Santa Catarina e faz parte da segunda fase da "Operação Ghosthunters", que tem como objetivo desarticular um esquema criminoso responsável por uma fraude de aproximadamente R$ 6 milhões contra uma fintech sediada em Florianópolis.
Segundo o que foi divulgado, esse investigado de Valparaíso seria um "conteiro" do grupo criminoso. A investigação apontou que ele teria dezenas de contas bancárias e chaves Pix que seriam utilizadas para viabilização dos golpes.
Após ser capturado, ele foi apresentado no plantão policial de Araçatuba para formalização do cumprimento do mandado de prisão temporária expedido pela Justiça de Santa Catarina e permanecerá à disposição da Justiça.
Operação
Segundo o que foi divulgado, a segunda fase da operação cumpre simultaneamente mandados de busca e de prisão nos Estados de Amazonas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Ao todo, foram expedidos 23 mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão domiciliar, para serem cumpridos nas cidades de Valparaíso/SP, Bauru/SP, Cubatão/SP, Itu/SP, São Bernardo do Campo/SP, Rio Preto da Eva/AM, Salvador/BA, Caucaia/CE, Caruaru/PE, Belo Horizonte/MG, Betim/MG, São Francisco do Sul/SC, Colorado/PR, Ponta Grossa/PR e Santa Helena/PR.
A ação faz parte de uma mobilização da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência, por intermédio do Ciberlab (Laboratório de Operações Cibernéticas), Senasp/Ministério da Justiça e Segurança Pública, para intensificar o combate às fraudes no país.
Fraude
A fraude investigada nesta operação ocorreu em 15 de julho de 2024, quando um hacker teve acesso indevido ao sistema de TI dessa empresa de Florianópolis, possibilitando a realização de mais de 300 transações fraudulentas.
Esse hacker foi identificado e preso preventivamente na primeira fase da operação. Após as investigações iniciais foi possível bloquear aproximadamente 40 mil dólares em criptoativos pertencentes a ele, que também teve apreendido um veículo avaliado em cerca de R$ 120.000,00.
A Justiça determinou ainda o bloqueio de até R$ 4,5 milhões em desfavor do hacker. Também foi possível recuperar aproximadamente R$ 1,5 milhão desviados, por meio do MED (Mecanismo Especial de Devolução) e outros procedimentos similares.
Segunda fase
Esta segunda fase da operação concentra-se na identificação e responsabilização de outros possíveis coautores e dos chamados "conteiros", como o investigado de Valparaíso, que fornecem contas para o recebimento de valores desviados, visando ocultar a origem ilícita dos valores provenientes da fraude.
São investigados os crimes de furto mediante fraude praticado por meio eletrônico/informático (art. 155, §4-B do Código Penal), associação criminosa (Art. 288 do Código Penal) e lavagem dinheiro (lei 9613/1998). Soamadas, as penas podem atingir até 21 anos de prisão e multa.
Denominação
“Ghost hunters" em inglês significa "caçadores de fantasmas" e faz referência à atuação das Polícias Civis na identificação e prisão de criminosos que praticam fraudes virtuais, por meio de identidades ocultas, e realizam transações financeiras digitais (como criptoativos), ou à própria natureza invisível dos crimes cibernéticos.