Suspeita de participação em assassinato de casal em Birigui é presa pela Polícia Civil

A Polícia Civil de Birigui (SP) prendeu na tarde desta segunda-feira (27), uma mulher de 24 anos, investigada por suposta participação no assassinato de um casal que foi encontrado com cortes no pescoço em uma residência no bairro Parque das Nações, na semana passada.

Ela morava nessa residência junto com o companheiro dela, de 29 anos, que é apontado como o executor do crime. Após a instauração do inquérito, os dois foram identificados como possíveis autores dos crimes e o delegado Eduardo Lima de Paula, responsável pela investigação, representou pelas prisões temporárias de ambos.

O pedido foi atendido pela Justiça e os mandados expedidos nesta segunda-feira. O investigado ainda é considerado foragido, enquanto a companheira dele teve o mandado cumprido ao se apresentar na delegacia, acompanhada de um advogado.

Segundo o delegado, ao prestar declarações a mulher negou ter sido autora das facadas nas vítimas ou ter de alguma forma colaborado com a ocultação dos corpos. Ela alegou que aceitou fugir com o companheiro dela por ter ficado em estado de choque após os crimes. 

Caso

Conforme já divulgado, os corpos de Jimmy Pereira da Silva, 21 anos, e Caroline Batista Froes, 22, foram encontrados na última quinta-feira (23) em uma edícula nos fundos de outra casa na rua Severo Xavier Soares.

A Polícia Militar chegou ao local após uma irmã da jovem presa hoje informar que havia recebido um telefonema do cunhado dela, informando que ele havia "matado um cara” a facadas e deixado o corpo nessa residência.

Os corpos das vítimas foram encontrados nus, enrolados em um lençol, debaixo de um colchão de casal. A a mulher apresentava um corte profundo na parte da frente do pescoço e vestígios de secreção na vagina, o que aparentemente estaria relacionado a relação sexual recente. Já o corpo de Jimmy tinha um corte profundo na parte da frente do pescoço e outros ferimentos a faca no peito. 

Identificados

Havia toalhas enroladas nos cortes dos pescoços das duas vítimas, aparentemente com o objetivo de evitar que o sangue se espalhasse. A perícia recolheu sacos de lixo com roupas sujas de sangue e encontrou no imóvel os documentos das vítimas e dos investigados.

O casal que residia no imóvel havia desaparecido e, segundo a denunciante, ao telefonar informando sobre o crime, o cunhado dela havia pedido dinheiro para fugir, aumentando os indícios de que seriam os autores do crime.

"Amigos de rolê"

Segundo o que foi apurado pela polícia, o investigado e Jimmy eram conhecidos "de rolê" e teriam se encontrado em um barzinho na terça-feira (21). A vítima teria pedido para passar a noite na casa do acusado para ficar com Caroline.

O investigado teria concordado e todos seguiram para a edícula. Eles teriam feito uso de drogas, ingerido bebidas alcoólicas e durante a madrugada, os moradores teriam ido para o quarto, deixando as vítimas na sala.

Na versão apresentada pela mulher presa hoje, Jimmy teria tentado fazer sexo com ela enquanto ela dormia. O companheiro dela teria tentado defendê-la, os dois entraram em luta corporal e o acusado teria assassinado a vítima.

Ainda de acordo com a versão da investigada, Caroline teria acordado durante a briga, testemunhado o crime e informado que chamaria a polícia. Diante disso, o investigado também teria decidido matá-la. Os crimes teriam ocorrido no início da manhã, quando os moradores na casa da frente já teriam saído para trabalhar.

Fuga

No mesmo dia o casal investigado teria fugido e quando o acusado teria telefonado para a cunhada, pedindo dinheiro, eles já estariam em Ponta Porã. A jovem relatou à polícia que o casal chegou a viajar para o Paraguai, mas na última sexta-feira ela teria decidido abandoná-lo e voltar para Birigui.

Ao chegar na cidade na manhã desta segunda-feira, ela procurou o advogado e decidiu se apresentar à polícia. Segundo delegado, a versão apresentada pela investigada ajudou a confirmar o que já havia sido levantado pela investigação no que diz respeito à cronologia dos fatos.

Ele explica que as diligências prosseguem para tentar localizar e prender o acusado de autoria dos crimes, que permanece em local incerto, e para esclarecer a dinâmica dos fatos, o que depende ainda de novos elementos probatórios e dos laudos periciais no local do crime e nos corpos das vítimas.