Polícia

Segundo alvo de operação da Polícia Federal em Araçatuba é preso

Se apresentou na delegacia em Araçatuba nesta sexta-feira; filho dele havia sido preso na quarta-feira
Lázaro Jr.
07/06/2024 às 16h59

Foi cumprido nesta sexta-feira (7) em Araçatuba (SP), o mandado de prisão contra o segundo alvo da Operação Greenwashing, deflagrada na última quarta-feira (5) para desarticular uma suposta organização criminosa suspeita de vender cerca de R$ 180 milhões em crédito de carbono de áreas da União invadidas ilegalmente.

 

Ao todo foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e 76 mandados de busca e apreensão para serem cumpridos nos Estados de Rondônia, Amazonas, Mato Grosso, Paraná, Ceará e São Paulo.

 

Em Araçatuba foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e deveriam ser cumpridos dois mandados de prisão. Um dos alvos foi preso, mas o pai dele não foi localizado. A informação é de que ele estaria em São Paulo.

 

Preso

 

Ele, que tem 56 anos e é natural de Birigui, se apresentou na Delegacia da Polícia Federal de Araçatuba na manhã desta sexta-feira, acompanhado de um advogado.

 

Segundo o que foi apurado pela reportagem, ao ser dado cumprimento ao mandado de prisão, foram apreendidos três passaportes dois, dele, sendo um brasileiro e um italiano, e um também italiano, do filho dele, que havia sido preso na quarta-feira.

 

Após a formalização da captura, o investigado passaria por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) e depois permaneceria à disposição da Justiça para ser apresentado em audiência de custódia. A reportagem tenta contato com a defesa do investigado.

 

Operação

 

Conforme já foi divulgado, durante a operação foram apreendidos dois aviões, entre eles um Jato Cessna Aircraft, modelo Citation JET 525, ano 1997, avaliado em até R$ 10 milhões. Em Araçatuba também foi apreendida uma moto aquática, uma caminhonete Ford Ranger, uma Range Rover e um Jaguar.

 

Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas que determinou 108 medidas cautelares diversas da prisão, oito suspensões do exercício da função pública, quatro suspensões de registro profissional no Crea e sete bloqueios de emissão de DOF’s (Documento de Origem Florestal), além do sequestro de R$ 1,6 bilhão.

 

Crimes

 

Os alvos de Araçatuba seriam os chefes da suposta organização criminosa especializada na venda de crédito de carbono de áreas da União invadidas ilegalmente.

 

O grupo teria faturado cerca de R$ 180 milhões no esquema de fraudes fundiárias que teria se estendido por mais de uma década, a partir da duplicação e falsificação de títulos de propriedade iniciado em Lábrea (AM), resultando na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.

 

Ainda segundo a investigação, entre 2016 e 2018 a suposta organização criminosa expandiu suas atividades ilícitas, reutilizando títulos de propriedade e inserindo dados falsos no Sigef (Sistema de Gestão Fundiária), com a colaboração de servidores públicos e responsáveis técnicos. E nos últimos três anos, uma nova expansão das atividades ilícitas do grupo ocorreu na região de Apuí e Nova Aripuanã, também no Amazonas.

 

Entre as irregularidades identificadas estão a emissão de certidões ideologicamente falsas por servidor da Sect/AM (Secretaria de Terras do Estado do Amazonas), a sobreposição de registros e a apropriação indevida de terras públicas.

 

Crimes 

 

E entre as atividades ilegais estão a exploração florestal e a pecuária em áreas protegidas, incluindo a criação de gado “fantasma” para atender áreas com restrições ambientais, a venda de créditos virtuais de madeira e a obtenção de licenças ambientais fraudulentas.

 

As investigações apontaram que foram explorados ilegalmente mais de um milhão de metros cúbicos de madeira em tora, gerando um dano ambiental estimado em R$ 606 milhões. A operação também revelou que a organização obteve cerca de R$ 820 milhões em terras griladas.

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