A Polícia Civil de Três Lagoas (MS) indiciou por feminicídio, o jovem de 24 anos, filho da psicóloga Simone do Nascimento, 46 anos, que deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Andradina (SP) no dia 7 deste mês, já sem vida.
O filho dela havia alegado que ela teria tentado cometer suicídio, ao pular do carro em movimento enquanto ele dirigia por uma estrada na cidade sul-mato-grossense. Porém, a investigação concluiu que ela foi agredida e pode ter sido jogada para fora do carro.
A investigação foi conduzida pela titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), delegada Letícia Mobis. Em nota da assessoria de imprensa da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, ela informa que durante as investigações foi apurado que mãe e filho, que é usuário de drogas, foram vistos em um rancho em Três Lagoas.
Segundo o que foi apurado, o acusado estaria bastante alterado e discutindo com Simone, porque ele queria conduzir o carro dela até à cidade. Os avós do rapaz relataram à polícia de Andradina que ela não deixava ele dirigir o veículo.
Agressões
Ainda de acordo com a delegada, foram identificadas testemunhas na rodovia MS-320, que liga a área rural onde eles estavam até à zona urbana de Três Lagoas, que relataram ter visto a vítima parada na estrada.
Uma dessas pessoas contou que estacionou o veículo que conduzia e ouviu Simone pedir ajuda, afirmando que estava sendo agredida pelo filho. Em seguida, o investigado teria pego a mãe pelo braço, pela nuca, colocando-a novamente dentro do carro, com o qual eles deixaram o local.
“Quando a testemunha olhou pelo retrovisor, ainda viu a vítima engatinhando pela rodovia. Depois, a última visão que se tem desta vítima, mais ou menos, em um raio de 8 km à frente, foram as outras testemunhas que viram o corpo dela caindo de dentro do carro onde ela estava”, informa a delegada.
Feminicídio
Para a delegada, esses elementos, somados a outros fatos apurados na investigação, principalmente a natureza das lesões que havia no corpo da vítima e o histórico do filho, que já tinha passagem e prisão anterior por ter agredido a mãe em 2022, levaram a indiciá-lo por feminicídio.
Segundo o que foi informado, o inquérito foi concluído e será encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário para as devidas providências. O investigado foi preso em flagrante em Andradina por embriaguez ao volante e omissão de socorro. A prisão foi convertida em preventiva e ele segue à disposição da Justiça.