A Polícia Civil de Gastão Vidigal (SP), município na região de Araçatuba, tenta localizar e prender um jovem de 23 anos, denunciado por estupro e por armazenar pornografia infantil. Ele teve a prisão preventiva decretada e é considerado foragido.
Segundo o que foi apurado pela reportagem, o caso passou a ser investigado após denúncia feita na delegacia de Gastão Vidigal, em maio de 2024, de que uma adolescente com 14 anos estaria sendo chantageada por ele.
Na ocasião foi informado que o investigado exigia imagens íntimas da adolescente por meio de conversas em aplicativos de mensagens, para não contar aos pais dela, que ela estaria namorando com outro rapaz.
Diante das chantagens, a vítima concordou em encontrar com o acusado, uma exigência feita por ele. Porém, nesse encontro, a adolescente teria sido obrigada a manter relação sexual com o acusado.
Inquérito
Após a denúncia, um inquérito foi instaurado, sob a coordenação do delegado Marcel Basso, que intimou o investigado a prestar declarações. Ao ser ouvido, ele alegou que as fotos que recebeu da vítima e a relação sexual teriam sido consentidos.
Ele foi liberado, mas teve o celular apreendido e a investigação prosseguiu. Foi solicitada autorização para análise do conteúdo do aparelho, a qual foi autorizada pela Justiça.
Provas
Durante a análise, os dados foram recuperados e o conteúdo analisado pelo Setor de Investigação. Segundo o que foi apurado, o relatório confirmou que o investigado manteve conversas com a vítima.
Além disso, foi constatado que ele armazenava várias imagens com conteúdo pornográfico, tendo sido encontrados pelo menos sete arquivos com imagens dessa adolescente e de outras duas, em cenas de nudez explícitas.
Gravava
A investigação apontou ainda que para obter as imagens, o investigado pedia vídeos íntimos às vítimas e tentava realizar vídeo-chamadas para vê-la nua. O pedido era negado, mas vítimas enviaram vídeos com visualização única.
Apesar disso, ele conseguia armazenar as imagens com o modo "gravação de tela", depois as utilizava para chantagear as vítimas. Diante do que foi apurado, a polícia voltou a ouvir o investigado, que desta vez optou por permanecer em silêncio.
Foragido
O inquérito foi relatado à Justiça pelo delegado e o investigado foi indiciado por armazenar pornografia infantil, crime previsto no Artigo 241-B da Lei 8.069/1990, e por estupro. Também foi representado pela decretação da prisão preventiva dele.
O Ministério Público apresentou a denúncia pelos dois crimes, a Justiça aceitou e decretou a prisão preventiva. De posse do mandado de prisão, equipes da Polícia Civil realizaram diligências nos endereços indicados pelo investigado, porém, ele não foi encontrado nem se apresentou à delegacia, sendo considerado foragido.