Polícia

Polícia Civil de Araçatuba orienta troca de senha de sistema de monitoramento para prevenir roubos

Grupo preso nesta quarta-feira utilizava imagens dos imóveis das vítimas para praticar os crimes; são pelo menos 17 roubos ou furtos identificados em 5 meses, causando prejuízo que pode chegar a R$ 1 milhão
Lázaro Jr.
06/03/2024 às 19h31
Delegados alertam a população sobre a necessidade de troca de senhas dos sistemas de monitoramento (Foto: Lázaro Jr.) Delegados alertam a população sobre a necessidade de troca de senhas dos sistemas de monitoramento (Foto: Lázaro Jr.)

A Polícia Civil de Araçatuba (SP) recomenda aos proprietários de imóveis na cidade que instalaram sistema de monitoramento por câmeras recentemente, que troquem as respectivas senhas. O alerta foi feito durante entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (6), para passar informações sobre a segunda fase da Operação Senes.

 

A ação foi deflagrada no início da manhã para dar cumprimento a seis mandados de prisão temporária e dez mandados de busca expedidos pela Justiça, contra acusados de integrar suposta organização criminosa especializada em roubos e furtos em imóveis, principalmente contra idosos.

 

Segundo o que foi divulgado, o grupo seria responsável por 11 crimes do tipo já esclarecidos e é suspeito de participar de pelo menos outros seis. Desses, apenas um teria ocorrido em Birigui e os demais, em Araçatuba.

 

Senhas 

 

O alerta da polícia com relação às senhas dos sistemas de monitoramento foi feito porque um dos investigados prestava serviço terceirizado para empresas da cidade para a instalação desses equipamentos nos imóveis.

 

A investigação é coordenada pela DIG/Deic (Delegacia de Investigações Gerais da Divisão Especializada de Investigações Criminais), que apurou que o grupo se valia das imagens dessas câmeras para vigiar a intimidade das vítimas e invadir os imóveis em momentos propícios.

 

Durante a entrevista, o delegado Juliano Albuquerque Goes revelou que a polícia chegou ao grupo justamente por perceber que os integrantes possuíam informações privilegiadas, pois os invasores desses imóveis sabiam onde estavam instaladas as câmeras de monitoramento. "Inclusive em um dos crimes, o autor já entra e muda o posicionamento da câmera”, contou.

 

Cinco meses

 

De acordo com o que foi informado, a atual composição do grupo teve início em setembro do ano passado, apesar de esse prestador de serviços já atuar no ramo há bastante tempo. Na primeira fase da operação, deflagrada em dezembro do ano passado, cinco investigados foram presos temporariamente e todos tiveram as prisões preventivas decretadas posteriormente.

 

Em 12 de janeiro houve uma sexta prisão, durante cumprimento a mandado de busca na residência de um homem de 34 anos, na rua Marcondes Salgado, no bairro Santana. A informação divulgada na ocasião foi de que ele teria participado de pelo menos três roubos a residências de idosos em Araçatuba e de um furto a uma residência no bairro Jardim do Prado.

 

Continuou

 

A investigação teve sequência e a polícia apurou que esses presos seriam os executores do crime. Porém, conseguiu identificar outros dois investigados que seriam os mentores intelectuais. Um deles seria esse instalador de câmeras que prestaria serviços para empresas que oferecem sistemas de monitoramento residencial, comercial e industrial.  

 

“Com isso, ao invés de o cidadão se sentir seguro com aquele mecanismo, ele tinha a sua intimidade vazada para o grupo criminoso, que se facilitava da ausência desses moradores ou então de um momento de fragilidade do grupo familiar, onde menos pessoas tivessem na casa, para realizar furtos ou roubos”, explicou o delegado José Abonizio.

 

Ainda de acordo com ele, entre os investigados também estão pessoas que trabalharam em estabelecimentos comerciais das vítimas e que, da mesma forma, transmitiam informações privilegiadas para os executores dos furtos e roubos.

 

Alerta

 

Na operação desta quarta-feira, dos seis mandados de prisão temporária expedidos, quatro foram cumpridos. Segundo a polícia, um dos dois investigados que agora é considerado foragido atuava como mentor intelectual dos crimes.

 

Esse é mais um motivo para alertar as pessoas que possuem sistema de monitoramento no imóvel fazer a troca da senha, pois é possível que ele ainda tenha acesso às imagens dos imóveis que podem se tornar vítimas de furto ou roubo.

 

“Quem tem sistema de monitoramento por câmeras instalado nos imóveis comerciais e residenciais deve tomar para si a senha do equipamento. A senha do equipamento tem que ser exclusiva do morador”, alerta Abonizio.

 

O delegado informa que no caso de pessoas idosas ou que tenham dificuldade de guardar a senha, que ela procure uma pessoa de confiança para que seja a portadora de senha.

 

Urgência

 

“Acho importante inclusive, que se troque, quem tem já esse monitoramento há muito tempo, que se troque a senha de modo urgente. Quem não tem a senha, que procure saber como trocar essa senha do sistema de monitoramento para que não venha a ser vítima de furto ou roubo”, reforça.

 

Entretanto, o delegado deixa claro que a Polícia Civil não está afirmando que as empresas de monitoramento sejam corruptas. Mas que foi identificado um prestador de serviços terceirizados para essas empresas que estava se utilizando de informações privilegiadas para municiar os integrantes do grupo que executavam os crimes.

 

“Contudo, não dá para saber quantas pessoas ele prestou serviço. Não se sabe quantas senhas ele têm acesso. Por isso a gente indica que, aquele que tem sistema de monitoramento em casa, o prudente hoje seria a troca dessa senha”, acrescenta.

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