A Polícia Civil de Araçatuba (SP) revelou nesta quarta-feira (5), que mais de 60 pessoas já haviam sido presas desde que teve início a investigação que resultou na “Operação Último Tango” , que foi deflagrada entre ontem e hoje, para cumprimento de mandados de busca e de prisão temporária de investigados por tráfico de drogas e organização criminosa.
Entre terça e essa quarta-feira, outras 12 pessoas foram presas, sendo cinco durante cumprimento a mandados de prisão temporária e outras sete em flagrante.
Durante entrevista coletiva, os delegados da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) José Abonízio e Juliano Albuquerque Goes, revelaram que essa investigação teve início em 2022, a partir da apreensão do celular de Fernando Pereira Ildefonso, 35 anos, também conhecido como “Messi” ou “Argentino”. Daí a inspiração para o nome da operação.
Progresso
De acordo com o que foi informado, ele era considerado o “Sintonia Geral do Progresso na área 018” do PCC (Primeiro Comando da Capital), que é a pessoa responsável pelo gerenciamento do tráfico de drogas. “Messi” já vinha sendo investigado por envolvimento com o tráfico de drogas quando foi encontrado morto em agosto de 2022, dias após ter o celular apreendido em cumprimento a mandado de busca e apreensão pela Polícia Civil.
O corpo dele foi encontrado com sinais de violência, no aterro de uma represa na estrada municipal da Água Limpa, em uma área que fica a cerca de 400 metros após um canil. Segundo o que foi informado na ocasião, o cadáver estava enrolado em um cobertor e havia um cadarço enrolado ao pescoço.
Associação
Ainda de acordo com o que foi informado, os investigados na operação teriam se associado para trabalhar em sistema de consórcio para adquirir grandes quantidades entorpecentes, com cada um contribuindo com parte do valor. O entorpecente seria armazenado em locais conhecidos como “casa bomba”, e rapidamente divididos entre eles, para ser distribuído nos pontos de comercialização.
Entre os capturados nesta quarta-feira estão dois homens que seriam lideranças do PCC em Araçatuba, que teriam se associado a integrantes da mesma facção em Rinópolis, que fica na região de Presidente Prudente, para o tráfico de drogas.
Por isso é que foram cumpridos mandados de busca em cidades nas regiões de Rinópolis e de Tupã, além da região de Araçatuba. “Graças a Deus conseguimos êxito nas duas (operações) e conseguimos cercear a liberdade dos principais líderes, que a gente tinha os mandados de prisão”, informou Abonízio.
Armas
Ainda de acordo com o que foi informado, um dos alvos da operação desta quarta-feira também é investigado por fornecer armas para serem utilizadas nos homicídios ocorridos recentemente em Araçatuba, relacionados à guerra pelos pontos de tráfico de drogas.
O delegado Abonízio explicou que todos os mais de 60 presos desde o início da investigação teriam envolvimento com a organização criminosa então liderada por “Messi” e estão sendo responsabilizados.
Ainda de acordo com ele, a principal linha investigativa é ligada ao tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Porém, depois da análise dos equipamentos que foram apreendidos, eles poderão ser responsabilizados em outros crimes, inclusive nos homicídios que ocorreram no bairro São José e em outros bairros de Araçatuba recentemente.