A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul prendeu no início da madrugada deste domingo (18), um homem de 48 anos, que estaria transportando equinos que seriam levados para o Paraguai, onde seriam usados na produção de embutidos, como mortadela. O flagrante foi por maus-tratos.
Segundo o que foi divulgado, o flagrante foi feito por equipe da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), em parceria com a Iagro (Agência Estadual de defesa Sanitária Animal e Vegetal), em ação para inibir a comercialização de produtos de origem animal de origem clandestina.
A fiscalização deu sequência às investigações iniciadas após outra blitz realizada no último dia 4, quando o condutor de um caminhão boiadeiro foi parado por agentes da Iagro, em ação conjunta com a Polícia Militar. Esse caso foi registrado na 1ª DP de Ponta Porã e na ocasião foram apreendidos 28 animais.
Equinos
Segundo o que foi divulgado, durante monitoramento na rodovia MS-386, na manhã deste domingo, os policiais civis abordaram o investigado que passava com o caminhão pelo quilômetro 50 da estrada, no Distrito de São Luiz, município de Aral Moreira, por volta das 4h30.
Ele transportava 27 equinos, sendo 13 fêmeas e 14 machos, e alegou que havia carregado os animais no município de Potirendaba (SP), próximo a Rio Preto, que fica a 150 quilômetros de Araçatuba. Contou ainda que pagou R$ 300,00 por cabeça, totalizando R$ 8.100,00, e que os teria revendido por R$ 21.600,00 e os levaria para um assentamento.
Ainda segundo a polícia, o investigado alegou que os equinos seriam refugos de fazendas, denominados pangarés, e que os encaminhava para o Paraguai, onde seriam utilizados na produção de embutidos como mortadela, e outros alimentos para consumo humano. Ele teria relatado ainda que em média realizava quatro viagens dessa por mês.
Maus-tratos
Segundo a polícia, os médicos veterinários da Iagro constataram que os animais estavam extremamente debilitados, com lesões de pisadura (machucados) de arreio/sela, nas ancas, algumas em estágio inicial de cicatrização (recentes). Eles eram transportados em gaiola metálica sem o piso emborrachado, o que contrariaria as boas práticas de manejo no transporte recomendadas pelo Ministério da Agricultura, caracterizando indícios de maus-tratos para com os animais.
A ocorrência foi apresentada na 1ª Delegacia de Ponta Porã e o delegado que presidiu a ocorrência decidiu pela prisão em flagrante. “A prisão ressalta a importância da repressão a alimentos descaminhados e contrabandeados sem registro no Mapa (Ministério de Agricultura e Pecuária), pois a produção de alimentos com carne de animais doentes traz sérios riscos à população”, informa nota divulgada à imprensa.
A polícia acrescenta que esses alimentos não contêm nos rótulos a informação de que na composição é empregada carne de equinos.