Polícia

Polícia apreende equinos que seriam usados na produção de mortadela no Paraguai

Homem estava transportando 27 animais que teriam sido carregados em Potirendaba, na região de Rio Preto
Lázaro Jr.
18/02/2024 às 12h30
Cavalos apresentam sinais de maus-tratos, segundo a polícia (Foto: Divulgação) Cavalos apresentam sinais de maus-tratos, segundo a polícia (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul prendeu no início da madrugada deste domingo (18), um homem de 48 anos, que estaria transportando equinos que seriam levados para o Paraguai, onde seriam usados na produção de embutidos, como mortadela. O flagrante foi por maus-tratos.

 

Segundo o que foi divulgado, o flagrante foi feito por equipe da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), em parceria com a Iagro (Agência Estadual de defesa Sanitária Animal e Vegetal), em ação para inibir a comercialização de produtos de origem animal de origem clandestina.

 

A fiscalização deu sequência às investigações iniciadas após outra blitz realizada no último dia 4, quando o condutor de um caminhão boiadeiro foi parado por agentes da Iagro, em ação conjunta com a Polícia Militar. Esse caso foi registrado na 1ª DP de Ponta Porã e na ocasião foram apreendidos 28 animais.

 

Equinos

 

Segundo o que foi divulgado, durante monitoramento na rodovia MS-386, na manhã deste domingo, os policiais civis abordaram o investigado que passava com o caminhão pelo quilômetro 50 da estrada, no Distrito de São Luiz, município de Aral Moreira, por volta das 4h30.

 

Ele transportava 27 equinos, sendo 13 fêmeas e 14 machos, e alegou que havia carregado os animais no município de Potirendaba (SP), próximo a Rio Preto, que fica a 150 quilômetros de Araçatuba. Contou ainda que pagou R$ 300,00 por cabeça, totalizando R$ 8.100,00, e que os teria revendido por R$ 21.600,00 e os levaria para um assentamento.

 

Ainda segundo a polícia, o investigado alegou que os equinos seriam refugos de fazendas, denominados pangarés, e que os encaminhava para o Paraguai, onde seriam utilizados na produção de embutidos como mortadela, e outros alimentos para consumo humano. Ele teria relatado ainda que em média realizava quatro viagens dessa por mês.

 

Maus-tratos

 

Segundo a polícia, os médicos veterinários da Iagro constataram que os animais estavam extremamente debilitados, com lesões de pisadura (machucados) de arreio/sela, nas ancas, algumas em estágio inicial de cicatrização (recentes). Eles eram transportados em gaiola metálica sem o piso emborrachado, o que contrariaria as boas práticas de manejo no transporte recomendadas pelo Ministério da Agricultura, caracterizando indícios de maus-tratos para com os animais.

 

A ocorrência foi apresentada na 1ª Delegacia de Ponta Porã e o delegado que presidiu a ocorrência decidiu pela prisão em flagrante. “A prisão ressalta a importância da repressão a alimentos descaminhados e contrabandeados sem registro no Mapa (Ministério de Agricultura e Pecuária), pois a produção de alimentos com carne de animais doentes traz sérios riscos à população”, informa nota divulgada à imprensa.

 

A polícia acrescenta que esses alimentos não contêm nos rótulos a informação de que na composição é empregada carne de equinos.

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