Polícia

PM prende foragido da ‘Operação Ligações Perigosas’

Suposto integrante do PCC tinha contra ele um mandado de prisão em aberto e foi preso em flagrante com drogas
Lázaro Jr.
18/09/2024 às 21h14
Foto: Ilustração/Lázaro Jr. Foto: Ilustração/Lázaro Jr.

A Polícia Militar de Araçatuba (SP) prendeu nesta quarta-feira (18), um homem de 28 anos, que era considerado foragido da Justiça, pois não foi encontrado durante a “Operação Ligações Perigosas” , deflagrada no início do mês, resultado de investigação de possível infiltração da facção criminosa PCC na política local.

 

Ele era um dos alvos com mandado de prisão temporária expedido pela Justiça e considerado o “braço direito” do suposto líder da organização em Araçatuba, que também está preso.

 

Segundo o que foi apurado pela reportagem, no início da tarde uma equipe da Polícia Militar em patrulhamento pelo bairro Santana surpreendeu o foragido acompanhado de outro homem de 48 anos, pela rua do Fico.

 

Ele estava passando na frente de um bar e foi abordado dentro do estabelecimento, conduzido à calçada, revistado e estava com um celular e R$ 127,00 em dinheiro. Já com o outro investigado no momento não foi encontrado nada de interesse policial.

 

Casa

 

Entretanto, ele informou que o foragido estaria residindo na casa dele, onde havia alugado um quarto. Os policiais foram ao imóvel, na rua Padre Anchieta. Na cozinha da residência a polícia encontrou um liquidificador com resquícios de entorpecente e 78 pinos com cocaína, além de um prato com resquícios da droga.

 

Também foi apreendido pote com fermento em pó, produto comumente adicionado à droga e uma nota de R$ 10,00. Diante disso, os policiais deram voz de prisão por tráfico de drogas ao homem que disse que havia alugado um quarto ao foragido. Segundo a polícia, ele teria antecedentes criminais.

 

Mais drogas

 

Durante as buscas, uma pessoa informou que o acusado também estaria dormindo em outra casa, na rua Dona Ida, onde havia deixado uma mochila. A equipe esteve nesse imóvel e encontrou a mochila que ele teria deixado no local. Segundo a polícia, nela havia 355 pinos com cocaína, meio tijolo de maconha e duas porções de pasta base de cocaína.

 

Junto havia um saco plástico com entorpecente em pó, uma pequena balança e ao lado da mochila, foram encontradas centenas de pinos vazios utilizados para fracionar entorpecentes. A polícia também recolheu um celular e R$ 42,00 em dinheiro que seriam do proprietário do imóvel.

 

Dono

 

Segundo os policiais que apresentaram a ocorrência, durante a vistoria na casa onde foi apreendido o copo de liquidificador e as porções de cocaína, o morador afirmou que a droga seria do foragido, apesar de ela estar sendo processada na cozinha, área de livre acesso a todos.

 

O foragido capturado não quis se manifestar sobre esse entorpecente e negou que a mochila encontrada no outro imóvel pertencesse a ele. Os três foram apresentados no plantão policial junto com o material apreendido para o registro da ocorrência e demais providências.

 

Operação

 

A "Operação Ligações Perigosas" foi deflargrada no dia 6 deste mês, em parceria entre o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público, a Polícia Civil, por meio da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais), e a Polícia Militar.

 

Esta foi considerada uma das maiores ações resultante de investigação feita em Araçatuba, com 35 mandados de prisão temporária e 104 mandados de busca e apreensão sendo expedidos pela 1ª e pela 2ª Varas Criminais de Araçatuba, para serem cumpridos em 13 cidades do Estado de São Paulo e uma de Mato Grosso do Sul.

 

Também foram cumpridos mandados de busca em presídios onde líderes da organização criminosa estariam emitindo ordens para prática de crimes nas ruas de Araçatuba. A ação envolveu 424 policiais civis e militares, dois helicópteros e policiais penais, policiais do SOI, do Gaeco-MS, além de quatro promotores de Justiça e sete servidores do Ministério Público.

 

Crimes

 

Em entrevista coletiva no mesmo dia, as autoridades relataram que o objetivo inicial da investigação era combater os vários crimes de homicídio registrados nos últimos meses na cidade e o tráfico de drogas.

 

No decorrer dos trabalhos foi apurado que a organização criminosa estaria financiando compras de apoio popular e levou um ônibus para participar de uma manifestação contra o fim da saída temporária para presos, que aconteceu em 29 de abril, em Brasília (DF).

 

Vereador

 

A investigação também apontou que um homem que foi chefe de Gabinete do vereador Antônio Edwaldo Costa (União Brasil), o Dunga, teria relação com a organização criminosa e estaria envolvido com o tráfico de drogas. Um irmão dele, que foi também foi preso, seria membro da facção criminosa.

 

Segundo o Gaeco, há indícios de que autoridades públicas da cidade e outras pessoas teriam financiando as manifestações, supostamente populares e espontâneas, em Brasília, o que segue em investigação.

 

Ainda durante a coletiva a informação passada foi que dos 35 mandados de prisão temporária expedidos, 23 haviam sido cumpridos e os outros 12 investigados eram considerados foragidos. A reportagem apurou que com a prisão feita hoje, restariam três procurados para serem capturados.

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