Polícia

PM prende acusado de matar a mulher com 24 facadas em Araçatuba

Ele confessou o crime, alegando que teria descoberto que estava sendo traído por ela; faca foi apreendida
Lázaro Jr.
10/07/2025 às 15h42
Acusado foi preso pela Polícia Militar e confessou o crime (Foto: Lázaro Jr.)  Acusado foi preso pela Polícia Militar e confessou o crime (Foto: Lázaro Jr.) 

A Polícia Militar de Araçatuba (SP) prendeu no final da manhã desta quinta-feira (10), o homem de 57 anos, acusado de matar a facadas a companheira dele, Neuza Maria de Souza, 60, crime ocorrido no início da tarde anterior, na casa dele, no residencial Porto Real.

 

Análise inicial do corpo durante a perícia ainda no local, apontou pelo menos 24 perfurações por golpe de faca no corpo da vítimas, ferimentos estes nas costas, na região abdominal e nas pernas. O investigado confessou o crime, alegando ter descoberto que estava sendo traído por ela.

 

Conforme divulgado, pouco antes das 14h a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência de violência doméstica em uma casa na rua Igor Dourado e Castro e encontrou a mulher com vários ferimentos pelo corpo. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado e o médico constatou o óbito.

 

Ouvida no local, uma testemunha contou que Neuza visitava todos os dias a casa do companheiro e, no início da tarde, a ouviu pedindo socorro. Ao sair no portão, essa testemunha deparou-se com o acusado saindo da residência com uma faca na mão, suja de sangue, e falando que era para chamar o Samu, pois ele havia matado a mulher.

 

Fugiu

 

Em seguida ele, deixou o local conduzindo uma moto Honda Dream vermelha e branca. O acusado levou o celular da vítima, mas deixou o dele no local, o qual foi apreendido para ser periciado. Durante a perícia no local, foi constatado que o casal fazia um churrasco e havia garrafa de cachaça e latinhas de cerveja na residência.

 

A polícia foi informada ainda que a mulher atualmente residia no bairro São José. Ainda segundo o que foi relatado, após matá-la, o acusado passou a mandar áudios para o filho da vítima, dizendo que a mãe dele estaria conversando com outro homem pelo WhatsApp e passou a xingá-la.

 

Preso

 

Segundo a Polícia Militar, o acusado trabalhava como pintor e houve denúncias de que ele teria acesso a algumas casas onde realizava obras. Diante disso, as equipes passaram a realizar diligências e o investigado foi visto na área de uma casa na rua Dirceu Pereira dos Santos, no bairro Etheucle Turrini.

 

Ao ser abordado ele confirmou que havia assassinado a companheira, após descobrir que estaria sendo traído por ela. Além de confessar a autoria do crime, o acusado relatou que havia jogado a faca no telhado de outra casa onde prestava serviço, na rua Paraíso.

 

Os policiais seguiram com ele ao local, onde a faca foi recuperada, ainda com manchas de sangue. Ela foi apresentada na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), junto com o acusado, que ao ser ouvido em declarações, novamente assumiu a autoria do assassinato.

 

Celular

 

Segundo a delegada Luciana Pistori Frascino, ao ser ouvido, o acusado relatou que esfaqueou Neuza durante discussão, após ele descobrir que estaria sendo traído por ela. “Ele disse que já faria uns quatro meses que ela estaria conversando com outro homem, que conseguiu desbloquear o celular dela ontem, viu essas mensagens, eles discutiram e ele acabou desferindo essas facadas nela”, contou.

 

O casal já estaria junto há vários anos e que a relação seria conturbada. Inclusive, Neuza registrou um boletim de ocorrência contra ele em 2017, quando requereu e obteve as medidas protetivas de urgência previstas na lei Maria da Penha. Porém, essas medidas já não estavam mais em vigor. 

 


Investigação

 

Com a prisão do acusado, a polícia deve chamar testemunhas para serem ouvidas, inclusive o filho da vítima, que passou a receber mensagens enviadas pelo celular após a mãe ser assassinada.

 

A conclusão do inquérito também dependerá da emissão dos laudos da perícia no local do crime e do exame necroscópico no corpo da vítima. De imediato, a delegada representou pela decretação da prisão temporária do acusado e aguardava a definição por parte da Justiça.

 

Ele deverá responder criminalmente por feminicídio, com agravante de a vítima ter mais de 60 anos. A pena, em caso de condenação, pode chegar a 40 anos de prisão com a recente mudança na legislação.

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