O piloto do avião que foi apreendido com 400 tijolos de pasta base de cocaína no início da tarde desta segunda-feira (16) no aeroporto de Penápolis (SP), seria apontado como traficante internacional de drogas. Ele tem 33 anos e seria do Estado do Espírito Santo.
Segundo foi divulgado na imprensa, ele seria líder de um grupo composto por quatro pessoas que foi preso em abril de 2018, ao ser flagrado transportando quase meia tonelada de cocaína em um avião bimotor abordado no aeroporto municipal de Carauari (AM), após a aeronave com a droga ser interceptada.
Ainda de acordo com o que foi divulgado pela imprensa, na ocasião o investigado teve o nome incluído na lista da Interpol (Organização Internacional e Polícia Criminal) e foi preso em 31 de agosto de 2019, ao ser encontrado em um imóvel alugado no município de Prado, no sul da Bahia.
Condenado
A reportagem teve acesso à decisão da Justiça Federal de 17 de agosto de 2022, quando foi concedido a ele, o benefício da progressão da pena para o regime aberto. Nesta decisão consta que o investigado foi condenado pela 4ª Vara Federal Criminal, da Seção Judiciária do Amazonas, a 10 anos, 9 meses e 9 dias de prisão, por tráfico de drogas.
Consta ainda que ele estaria preso desde 23 de abril de 2018 e que o Ministério Público Federal havia concordado com a progressão de regime. Ao conceder a progressão de pena, a Justiça considerou que a decisão atendia o requisito subjetivo, pois o sentenciado possuía boa conduta carcerária. “Ademais, não há registro nos autos da existência de outras condenações passíveis de execução imediata e nem de mandados de prisão vigentes em seu desfavor” .
Liberdade
A reportagem não conseguiu a informação sobre desde quando o investigado está em liberdade, já que não foi encontrado nenhum mandado de prisão contra ele. Em consulta ao RAB (Registro Aeronáutico Brasileiro), consta que o avião apreendido com a droga em Penápolis, um Embraer EMB-720, com prefixo PT-EKC, está registrado em nome do piloto.
Consta que a transferência para o nome dele foi feita em 20 de agosto deste ano, que a aeronave tem o CVA (Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade) válido até 10 de agosto de 2025 e que a situação de aeronavegabilidade é normal.
Flagrante
O flagrante em Penápolis foi feito por equipe do helicóptero Águia da Polícia Militar, que recebeu pedido da Polícia Militar Rodoviária e da Polícia Federal de Araçatuba, para tentar identificar a aeronave que estaria vindo de Aquidauana (MS).
O avião foi visto próximo ao aeroporto de Penápolis e, assim que o piloto fez o pouso, ele percebeu a aproximação do helicóptero e esboçou uma tentativa de fuga. Porém, houve a abordagem por parte da equipe do Águia, que o deteve até a chegada das equipes do TOR (Tático Ostensivo Rodoviário) e da Polícia Federal.
Presos
O piloto estava acompanhado de outro homem de 45 anos, que também foi preso em flagrante. Dento da aeronave havia 400 tijolos de pasta base de cocaína, totalizando 435,86 quilos da droga.
Ainda de acordo com o que foi informado pela polícia, o piloto alegou que receberia R$ 100 mil pelo transporte do entorpecente. A reportagem apurou ainda, que a dupla teria alegado que havia pousado em Penápolis apenas para abastecer o avião.
Os dois devem permanecer à disposição da Justiça para serem apresentados em audiência de custódia e um inquérito será instaurado para investigar o caso.
No aeroporto de Penápolis também foi apreendida uma picape que teria sido abandonada por uma pessoa não identificada, que teria fugido ao perceber a prisão dos investigados. A suspeita da polícia é de que essa picape seria usada no transporte do entorpecente.