Polícia

PF apura se piloto que abandonou avião em Birigui morreu uma semana depois na Venezuela

Cristian Seganfredo Auler e um acompanhante que não teve a identidade divulgada caíram com um avião no último domingo
Lázaro Jr.
15/03/2024 às 18h10

A Polícia Federal de Araçatuba (SP), que tem procedimento preliminar instaurado para investigar o acidente que aconteceu com um avião no aeródromo de Birigui no início deste mês, apura se o piloto desse avião é o mesmo que morreu em outro acidente aéreo no último domingo (10), na Venezuela.

 

O piloto Cristian Seganfredo Auler, 42 anos, morava em Passo Fundo (RS) e, segundo o repórter Arthur Ruschel, da RBSTV, do Rio Grande do Sul, pilotava um avião Piper Saratoga. O monomotor teria caído por volta das 20h (horário local), a 30 quilômetros da cidade de San Fernando de Apure.

 

Também estaria na aeronave um copiloto, cujo nome não foi divulgado pelas autoridades. Não há informação sobre outros ocupantes. Ainda de acordo com publicação assinada por Ruschel, no site GZH Passo Fundo, a família do piloto foi informada sobre o acidente na terça-feira (12) e tentava providenciar o translado do corpo para o Brasil.

 

Piloto de táxi aéreo

 

Segundo o que foi divulgado, Auler atuava como piloto desde 2018, fazendo transporte de passageiros e táxi aéreo no Mato Grosso, principalmente com aeronaves de pequeno porte.

 

Em nota divulgada após o acidente com o avião na pista do aeródromo em Birigui, a oficina mecânica onde ele estava havia mais de um ano informou que um piloto que teria se apresentado apenas como “Cristian” teria retirado a aeronave.

 

Inicialmente ele teria aparecido na sexta-feira (1), feito um voo com o bimotor Beechcraft Baron prefixo PR-NIB, e informado que levaria a aeronave embora na quarta-feira (6). Ainda segundo a oficina, o piloto teria retornado na segunda-feira, feito novo voo e ocorreu o acidente quando ele tentava pousar.

 

A aeronave tocou o solo e saiu quicando, vindo a invadir uma área de vegetação ao lado da pista e a parar após sofrer vários danos. Quando a Polícia Militar apareceu para atender a ocorrência, o piloto já não se encontrava e não havia informações sobre ele.

 

Investigação

 

Na manhã seguinte uma equipe da Polícia Civil foiao aeródromo e a aeronave permanecia no local onde ocorreu o acidente. Também estavam presentes agentes da Polícia Federal.

 

Um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Civil com base nas informações coletadas pelos policiais militares e, segundo o que foi apurado pela reportagem, até esta sexta-feira o piloto não havia procurado a delegacia para falar sobre o ocorrido.

 

A reportagem apurou que a Polícia Federal deverá solicitar perícia para confirmar se o piloto da aeronave que saiu da pista em Birigui é o mesmo que morreu na Venezuela.

 

Corpo

 

Procurado pela reportagem, o Itamaraty informou que o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Caracas, tem conhecimento do acidente aéreo ocorrido na Venezuela com o piloto brasileiro e presta assistência consular aos familiares do nacional brasileiro.

 

“Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais", informa a nota. 

 

Entretanto, o traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, conforme o § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017.

 

"Em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros", finaliza a nota.

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