Uma mulher de 62 anos, de Araçatuba (SP), que há quase um ano aguardava por uma cirurgia, procurou a Polícia Civil na quinta-feira (10), para comunicar possível erro médico durante o procedimento, realizado na Santa Casa de Auriflama.
Ela foi diagnosticada com hérnia supraumbilical, que é um deslocamento anormal de tecido pela parede abdominal atrás do umbigo, na parte superior. O procedimento foi realizado na última terça-feira (8).
À polícia, a paciente disse que ao acordar, teve uma surpresa ao notar que a hérnia permanecia no corpo, pois teria sido realizada uma cirurgia de hérnia infraumbilical, ou seja, abaixo do umbigo.
Segundo o que foi apurado pela reportagem, a paciente passou por cirurgia bariátrica e precisava ser submetida ao procedimento cirúrgico para a remoção da hérnia, que se formou na parte superior do umbigo.
A autorização para o procedimento cirúrgico foi feita em fevereiro deste ano e a paciente foi encaminhada pela Secretaria Municipal de Saúde para passar pela cirurgia na Santa Casa de Auriflama, hospital que tinha vaga disponível.
Cirurgia
No boletim de ocorrência, a mulher conta que no mesmo dia, após se recuperar da anestesia, ela constatou que ao invés de ser removida a hérnia que havia na parte superior ao umbigo, o corte havia sido feito na parte de baixo de umbigo. Assim, a hérnia que deveria ser operada permanecia no local.
Ao questionar o médico no dia seguinte para tentar entender o que havia acontecido, a paciente foi informada que o cirurgião havia feito o procedimento na parte de baixo do umbigo, por ter localizado uma pequena hérnia no local.
Entretanto, ela afirma que nos exames apresentados junto com o encaminhamento para o procedimento cirúrgico, que inclui os ultrassons realizados, não havia indicação de nenhuma hérnia na parte inferior do umbigo.
Providências
A paciente procurou a Secretaria Municipal de Saúde para informar o ocorrido e foi orientada a registrar o boletim de ocorrência. Diante disso, a reportagem procurou a Secretaria de Saúde de Araçatuba, que comunicou que entrou em contato com o hospital de Auriflama assim que foi informada sobre a denúncia da paciente. “Junto com a Ouvidoria da Saúde, a secretaria acompanha o caso para tomar todas as providências cabíveis”, informa.
Recentemente a Prefeitura de Araçatuba divulgou nota informando que vem trabalhando para reduzir as filas de cirurgias eletivas e desde janeiro, já foram realizados 1.089 atendimentos, procedimentos que foram feitos em outras cidades.
Auriflama, com 430 procedimentos, é um dos municípios que mais atenderam pacientes de Araçatuba; seguido de Nhandeara, com 201; e Pirangi, com 190. Ainda de acordo com o que foi informado, as vagas seriam distribuídas pelo DRS-2 (Departamento Regional de Saúde).
Não consta
A reportagem também procurou a Secretaria Estadual de Saúde, que informou que o nome dessa paciente não consta no sistema por encaminhamento pela Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde).
Por fim, foi encaminhado e-mail para a Santa Casa de Auriflama pedindo informações. Em contato telefônico com o hospital, a informação passada foi de que a equipe do Setor Administrativo só retorna ao trabalho na segunda-feira (14).