Polícia

Mulher que matou o irmão a tiros em Araçatuba é denunciada por homicídio

Ela se apresentou à polícia e confessou que matou o irmão ao descobrir que ele teria abusado da filha dela
Lázaro Jr.
15/04/2024 às 17h58
Corpo da vítima foi encontrado caído na calçada de uma residência na rua Tibiriçá (Foto: Lázaro Jr./Arquivo) Corpo da vítima foi encontrado caído na calçada de uma residência na rua Tibiriçá (Foto: Lázaro Jr./Arquivo)

O Ministério Público em Araçatuba (SP) denunciou por homicídio, a mulher de 36 anos acusada de matar a tiros o irmão dela, Bruno Augusto Marques de Araújo, 31 anos, crime ocorrido em 22 de novembro de 2023, na residência da família, na rua Tibiriçá.

 

Ela se apresentou à polícia uma semana depois, acompanhada do advogado Flávio Batistella, e em declarações, confirmou que havia matado o irmão após descobrir que ele teria abusado sexualmente da filha dela, com 10 anos de idade na ocasião. A mulher aguarda decisão da Justiça em liberdade.

 

A reportagem não teve acesso à denúncia, pois o promotor de Justiça Adelmo Pinho pediu que fosse decretado sigilo, já que no processo há informações relativas a esse suposto estupro de vulnerável. Caso a denúncia seja aceita, a mulher passará a ser ré o poderá ser enviada para julgamento pelo Júri Popular.

 

Quando ela esteve na delegacia para prestar depoimento, um grupo de mulheres permaneceu do outro lado da rua, na praça Getúlio Vargas, com cartazes contra o abuso sexual contra crianças, para dar apoio à investigada, por considerarem que ela agiu em defesa da filha.

 

Caso

 

O crime aconteceu na casa onde moram os pais da denunciada e imagens de câmeras de monitoramento obtidas pela polícia mostram ela chegando ao local com uma Honda Biz. A acusada estaciona e entra na casa, onde também morava o irmão dela.

 

Minutos depois, retorna ao local onde a motoneta estava estacionada, pega algo debaixo do banco e volta para o imóvel. Em seguida Araújo aparece correndo e atravessando a rua com a mão na barriga, sendo acompanhado da irmã.

 

O corpo dele foi encontrado caído na calçada, com seis perfurações por disparo de arma de fogo. A perícia recolheu cápsulas deflagradas que foram encontradas na entrada da casa da vítima e no local onde o corpo foi encontrado.

 

Policiais estiveram na casa da irmã de Araújo após assistirem as imagens, mas ela não foi encontrada. A filha dela estava na frente do imóvel junto com duas tias, que informaram que haviam ido buscar a criança a pedido da mãe.

 

Uma das tias disse que sabia que o tio da criança havia sido assassinado e revelou que ele estava sendo acusado de ter abusado sexualmente da sobrinha. Um boletim de ocorrência comunicando o suposto abuso havia sido registrado dois dias antes do assassinato.

 

Arma

 

Ao ser ouvida na delegacia, a mulher alegou que a arma usada no crime pertenceria ao irmão dela, que a deixaria guardada na casa dela. A denunciada disse ainda que após atirar no irmão ela teria jogado a pistola na Lagoa das Flores. Equipes da Polícia Civil, com apoio dos bombeiros, realizaram buscas no local, mas a arma não foi localizada.

 

Defesa

 

Batistella informa que continua fazendo a defesa da denunciada e que acompanhará a instrução, mantendo a tese da legítima defesa de terceiros, no caso da filha dela. "Ela agiu para atender a filha. Caso seja pronunciada, iremos fazer o Júri, pedindo a excludente de licitude, prevista em lei, que é a legítima defesa", informa.

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