Polícia

Mulher procura a polícia após receber mensagens de ameaça por denunciar suposta importunação

Advogada conta que contratou um profissional para fazer um ensaio fotográfico para o site dela e ele teria passado a mão no seio dela e tentado beijá-la a força
Lázaro Jr.
19/03/2024 às 10h39
Imagem: Ilustração/Divulgação Imagem: Ilustração/Divulgação

“Como advogada sei que pode não dar em nada, só está me dando dor de cabeça. Mas se a dor de cabeça valer a pena no sentido de outra mulher não ser lesada em detrimento disso, pra mim já valeu a pena”.

 

Essas palavras são de uma mulher de 26 anos, que procurou a Polícia Civil de Araçatuba (SP) para registrar um boletim de ocorrência contra um profissional que ela contratou para fazer um ensaio fotográfico para utilizar as fotos no site profissional dela.

 

Porém, na versão da vítima, o que era para ser um momento de alegria, acabou virando constrangimento e frustração, a ponto de ela não conseguir olhar para as fotos que recebeu. A advogada conta que conheceu o profissional por meio de publicações e indicações, e inclusive, pretendia contratá-lo para o casamento dela, que foi realizado no final do ano passado.

 

Porém, considerou o trabalho, apesar de bom, com valor alto para o que ela estava esperando no momento. Mas quando pensou em fazer fotos dela para ilustrar o site de divulgação do trabalho como advogada, entendeu que valia o investimento.

 

De acordo com a vítima, a sessão de fotos foi marcada para o 8 deste mês, um dia após a estagiária dela também ter sido fotografada. Ela diz que chegou ao estúdio pouco antes das 12h e a sessão durou tempo muito maior do que a da estagiária.

 

Importunação

 

Quando foi chamada para fazer as fotos, apenas ela entrou no estúdio e teve início o trabalho. “Eu levei uma roupa extra para ser uma alternativa e nem pensava em trocar, mas ele insistiu que a cor seria muito favorável para a foto, devido ao fundo que havia no estúdio”, conta.

 

De acordo com ela, no momento em que fazia a troca da blusa do blazer, o fotógrafo teria se oferecido para ajudar com um alfinete, que seria usado para prender a peça. Nesse momento, ele teria levado a mão no seio dela e o acariciado.

 

Beijo

 

A advogada afirma que ficou em estado de choque com a situação, mas deu sequência ao ensaio. E para a surpresa dela, em seguida o profissional teria pedido que olhasse fixo na direção dele e, de repente, tentou beijá-la. A vítima conta que conseguiu impedi-lo utilizando a mão e em seguida, decidiu encerrar o ensaio fotográfico.

 

Ainda de acordo com a advogada, posteriormente o fotógrafo teria passado a mandar mensagens a ela pelo aplicativo WhatsApp, com teor libidinosos, importunando-a sem o consentimento dela.

 

Mensagens 

 

A reportagem teve acesso a prints de algumas mensagens que teriam sido trocadas entre eles, cópias essas que já foram entregues para a polícia. Em uma delas, a pessoa que seria o fotógrafo, o que deve ser confirmado pela perícia, escreve: "Você tava muito mulherão hj. Nem acredito que tem 1,65".  

 

Em conversa com a reportagem, a mulher conta que relatou o que estava acontecendo ao marido dela e estava decidida a não procurar a polícia. Porém, disse que essa decisão mudou a partir do momento em que passou a receber mensagens ameaçadoras.

 

Isso teria ocorrido após entrar em contato com a esposa do fotógrafo para informar que estava sendo importunada sexualmente pelo marido dela. Nesse contato, a vítima disse que encaminhou os prints das conversas entre eles.

 

Segundo a advogada, na quinta-feira (14) ela recebeu a seguinte mensagem: “assediadora, soberba, galinha e burra”, enviada de um celular com o código 83. Na noite desse mesmo dia ela esteve no plantão policial com o marido e registrou o boletim de ocorrência.

 

Investigação

 

O caso registrado como importunação sexual já foi encaminhado à DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), que será responsável pelo inquérito. A vítima já foi chamada para entregar os prints das conversas, que devem passar por perícia e aguarda os próximos passos e inclusive informa que está à disposição para entregar o próprio celular para perícia, caso seja solicitado pela polícia.

 

“A gente (eu e meu marido) não ia abrir o BO, a gente só abriu o BO por conta do celular com o código 83, usado para fazer as ameaças. Eu não serei submetida a ameaças de um DDD que eu nem sei quem é, de onde é, como me conhece”, reforça, afirmando que desde o ensaio até o registro da ocorrência, ela e o marido não tiveram paz.

 

Outra parte

 

A reportagem entrou em contato com a equipe jurídica do estúdio de fotografia, que informou que a investigação se encontra em segredo de Justiça e está em fase de inquérito. "Iremos aguardar a citação das autoridades competentes para mais esclarecimentos", informa em nota.

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