Polícia

Mortos baleados em abordagem em praça de Penápolis seria casal

Não eram da cidade e SAP informou que nenhuma das duas pessoas registra passagem pelo sistema prisional paulista
Lázaro Jr.
18/07/2025 às 15h40
Baleados chegaram a ser socorridos, mas não sobreviveram (Foto: Reprodução) Baleados chegaram a ser socorridos, mas não sobreviveram (Foto: Reprodução)

As duas pessoas que morreram após serem baleadas durante tentativa de abordagem por policiais militares na praça Armênia, em Penápolis (SP), na manhã de quinta-feira (17), são Wildinei Bento dos Santos, 31 anos, e Ismael Inácio de Melos, que completou 41 anos na segunda-feira (14). Ela respondia pelo nome social Lana Tayla Inácio de Melos e eles formariam um casal.

 

A reportagem apurou que Wildinei é natural de Marília e há registro de ocorrência de violência doméstica registrada em junho, em Lins, contra Lana Tayla. Ela é nascida no Estado de Santa Catarina e já respondeu a inquérito por furto em Batatais.

 

Inicialmente houve a informação de que uma das pessoas baleadas seria egressa do sistema prisional, tendo obtido a liberdade recentemente. Porém, a reportagem consultou a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), que informou que nenhuma delas registra passagem pelo sistema prisional paulista.

 

Segundo o que foi apurado pela reportagem, dois policiais ficaram feridos. Eles teriam sido agredidos com socos no rosto, um deles teria recebido uma paulada na cabeça e os dois também teriam levado mordidas. Além disso, uma das pessoas abordadas teria tentado tomar a arma de um dos policiais, por isso teriam sido feitos dos disparos fatais.

 

Ainda de acordo com o que foi apurado pela reportagem, Lana Tayla seria portadora do vírus HIV, por isso, os dois policiais agredidos com mordidas deverão ser submetidos ao coquetel de protocolo para prevenção contra a transmissão.

 

Praça

 

Conforme já divulgado, o caso aconteceu pouco antes das 8h, na praça que fica na avenida Rui Barbosa, quase na esquina com a rua Brasil, na região central da cidade, local que seria frequentado por usuários de entorpecentes.

 

A equipe que fez a abordagem era composta por três policiais, mas inicialmente dois deles foram ao encontro das pessoas a serem abordadas, enquanto o terceiro permaneceu manobrando a viatura.

 

Um dos policiais pediu que se levantassem do banco onde estavam sentados e eles foram separados, por se consideram que Lana Tayla era pessoa do sexo feminino. Ao receber ordem para colocar as mãos para cima, Wildnei teria ignorado.

 

A ordem foi repetida e o policial teria sido agredido com um soco no rosto por ele e os dois teriam entrado em luta corporal e o outro policial interveio. Quando o policial agredido conseguiu se soltar, Wildnei teria segurado a arma do colega dele de farda, que gritou. Em seguida, o policial que havia sido agredido com o soco fez dois disparos em Wildinei. 

 

Paulada

 

Ainda de acordo com o que foi apurado pela reportagem, no mesmo instante outra pessoa que presenciava a cena teria chamado a atenção dos policiais, de que o terceiro integrante da equipe estaria sendo agredido por Lana Tayla.

 

Esse policial também teria recebido um soco no rosto e uma mordida no ombro direito. Os dois teriam entrado em luta, Lana Tayla teria se armado com um pedaço de madeira e batido com ele na cabeça do policial, que fez o primeiro disparo.

 

A arma teria falhado, ele teria solucionado a pane em seguida e feito mais dois disparos contra ela, que foi atingida. O policial teve ferimentos no nariz e no ombro direito, onde foi mordido, além de sofrer escoriações pelo corpo.

 

Já o policial que entrou em luta com Wildinei teria sido mordido no dedo mínimo da mão direita e foi atingido por um soco no rosto e um na boca, vindo a quebrar um dente, além de sofrer escoriações pelo corpo. O terceiro policial não se feriu.

 

Socorro

 

Uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros prestou socorro aos policiais militares feridos, enquanto equipe com um caminhão auto-bomba atendeu as duas pessoas baleadas. Elas foram levadas para o pronto-socorro municipal, sendo que Wildinei teve óbito constatado logo após dar entrada na unidade.

 

Já Lana Tayla chegou a ser encaminhada ao centro cirúrgico, mas também não resistiu aos ferimentos e a morte foi constatada pouco depois das 9h. Com ela teria sido apreendida uma porção de maconha.

 

Os policiais militares feridos também passaram por atendimento médico, foram medicados e liberados em seguida. O delegado Eugênio Pedro Timóteo Bibiano dos Santos esteve no local onde ocorreram os fatos, que foi preservado para perícia. O Ministério Público foi comunicado da ocorrência. 

 

Investigado

 

Segundo o que foi apurado, além dos cartuchos disparados, foi apreendida uma faca encontrada na cintura de Wildnei e o pedaço de madeira que teria sido utilizado por Lana Tayla para agredir um dos policiais.

 

As armas dos policiais militares envolvidos foram recolhidas para perícia e o caso registrado como morte em decorrência de intervenção policial; tentativa de homicídio contra os policiais; e resistência por parte dos abordados. 

 

Os corpos dos baleados passaria por exame necroscópico no IML (Instituto Médico Legal) de Araçatuba antes de serem liberados para velório e enterro.

 

Nota

 

A reportagem pediu informações à assessoria de imprensa da Polícia Militar, que informou em nota que duas pessoas morreram após atacarem policiais militares durante uma abordagem na avenida Rui Barbosa, região central de Penápolis. 

 

“Os indivíduos resistiram à ação policial com socos, mordidas, uma faca e um pedaço de madeira, além de tentarem desarmar um dos agentes. Ambos foram socorridos ao pronto-socorro municipal, onde tiveram o óbito confirmado”, informa.

 

A polícia reforça que as armas dos policiais foram apreendidas para perícia, juntamente com os objetos utilizados pelos agressores e uma porção de maconha encontrada com um deles.

 

“O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Penápolis como morte decorrente de intervenção policial, tentativa de homicídio e resistência. A Polícia Militar instaurou Inquérito Policial Militar (IPM) para apuração dos fatos”, finaliza a nota.

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