Polícia

Mãe de recém-nascido abandonado em Birigui é presa por tentativa de infanticídio

Mulher demonstrou frieza ao ser ouvida no hospital e alegou que pensou que a criança estaria morta após o parto
Lázaro Jr.
04/03/2025 às 19h08

A Polícia Civil de Birigui (SP) decidiu pela prisão em flagrante da mulher de 34 anos, investigada por abandonar o filho dela, recém-nascido, dentro de uma caixa de papelão, em um cruzamento do bairro Colinas. Ela deve ser indiciada por tentativa de infanticídio, que é quando a mãe matar o próprio filho, durante o parto ou logo após, sob a influência do estado puerperal.

 

Quando a criança morre, a pena pode chegar a até 6 anos de prisão. Nesse caso, o bebê foi socorrido, ao ser encontrado por volta das 9h. Ele foi levado para a maternidade da Santa Casa de Birigui, recebeu inicialmente o nome de Miguel, e permanecerá em observação, mas apresenta bom estado de saúde.

 

A mulher também foi levada para o hospital e permanecerá sob escolta policial. O delegado Rodolfo Freschi Bertolo, que conduziu o flagrante, contou que entrevistou a investigada na Santa Casa e ela afirmou que não queria a criança e que quem saberia da gravidez seria apenas outro filho dela, um menino de 11 anos. A investigada mora sozinha com esse filho, mas ele não teria passado a noite em casa.

 

Morto

 

Ainda segundo o delegado, a mulher contou que na gestação inteira negou a criança e que, quando teve o parto, na noite anterior, o bebê não teria emitido nenhum som, não chorou e com isso ela acreditou que ele estaria morto. 

 

A mãe alegou que diante disso, enrolou o recém-nascido em um pano, colocou na caixa de papelão e, já por volta das 5h30, a teria deixado na rua. Quando questionada porque não havia feito o pré-natal, a investigada simplesmente não respondeu. “Ela totalmente fria, no primeiro momento ali, não mostrou arrependimento e com isso acabei encerrando a entrevista”, conta Bertolo.

 

Encontrada

 

Conforme já informado, a investigada foi identificada e localizada por equipes da Polícia Militar, que desde que foram acionadas após o encontro do bebê no lixo, passaram a fazer diligências e receber informações de populares sobre a possível mãe do bebê.

 

Eles foram informados ainda que no cordão umbilical do recém-nascido havia vestígios de um tecido com pelos de cachorro e, na área da residência onde a investigada mora, que fica a poucos metros do cruzamento onde o recém-nascido foi localizado, havia um tecido semelhante ao que foi encontrado na caixa junto com ele.

 

A reportagem estava no local quando equipe do Instituto de Criminalística recolheu parte desse tecido que será comparada com os materiais coletados anteriormente, durante a perícia onde a criança foi abandonada e resgatada. A polícia também encontrou materiais com sangue no banheiro da casa, o que confirmaria a versão da mulher, de que ela teria dado à luz no banheiro.

 

Chorou

 

Apesar da versão apresentada pela mãe, de que o bebê não teria emitido nenhum som ao nascer, ele só foi resgatado porque teria chorado. O homem que o encontrou quando passava pelo local, já por volta das 9h, disse que ouviu o choro, por isso, parou, imaginando inicialmente que poderia se tratar de um gato.

 

A criança estava dentro da caixa de papelão, entre folhas de árvores, e a caixa estava envolta a um saco plástico, que estava amarrado. Esse saco estava junto com outros sacos de lixo, no cruzamento da rua José Pedi com a Dario Bertechini. A pessoa que a encontrou comentou que hoje é dia de coleta de lixo e que é comum os coletores amontoarem os sacos no local, para facilitar a coleta pelo caminhão.

 

Ainda de acordo com ele, quando passou pelo mesmo local, por volta das 7h, esses materiais não estavam nesse cruzamento. Ele comentou ainda, que teve medo de que um caminhão passasse sobre a caixa ao fazer a curva nesse cruzamento, já que ela estava na rua.

 

Investigação

 

O inquérito será conduzido pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), cuja delegada responsável esteve na casa onde a investigada mora, para acompanhar parte da perícia, ainda na tarde desta terça-feira.

 

Como a mãe afirma que colocou a criança na rua por volta das 5h30, a polícia irá investigar se possivelmente o coletor de lixo recolheu o saco com a caixa e colocou na esquina para o caminhão levar, junto com os demais sacos de lixo, sem saber que nela havia uma criança.

 

A mãe do recém-nascido aparentemente apresenta bom estado de saúde, de acordo com a polícia, e seria mantida em observação no hospital, sob escolta policial. Assim que tiver alta ela deve ser apresentada na delegacia e ficará à disposição da Justiça para ser apresentada em audiência de custódia.

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