Polícia

Justiça decreta prisão preventiva de acusados de matar casal em Birigui

Corpos de Jimmy Pereira da Silva e Caroline Batista Froes foram encontrados em 23 de novembro; inquérito foi concluído e relatado pela Polícia Civil no início desta semana
Lázaro Jr.
26/01/2024 às 12h08

A Justiça de Birigui (SP) acatou pedido da Polícia Civil e decretou a prisão preventiva dos acusados de participação no assassinato de Jimmy Pereira da Silva, 21 anos, e Caroline Batista Froes, 22, que tiveram os corpos encontrados enrolados em um cobertor, com cortes no pescoço, manhã de 23 de novembro de 2023.

 

Os investigados estavam presos temporariamente e participaram da reconstituição dos crimes, realizada no dia 10 deste mês. Na ocasião, o advogado André Doná informou que pretendia representar pela revogação da prisão da companheira do acusado de ser o autor do assassinato, por considerar que ela não teve participação nos crimes.

 

Entretanto, segundo o que foi apurado pela reportagem, o delegado Eduardo Lima de Paula, que relatou o inquérito à Justiça na última segunda-feira (22), considerou que a dinâmica dos elementos encontrados no local dos fatos, somado ao fato de as vítimas não apresentarem ferimentos típicos de defesa, levaram à conclusão que ela teria participado dos assassinatos.

 

Com a conclusão do inquérito, caberá agora ao Ministério Público decidir pela denúncia contra os investigados. Se isso acontecer, e a Justiça acatar denúncia, os investigados passarão a ser réus e poderão ser enviados para julgamento pelo Tribunal do Júri.

 

Caso

 

Os corpos das vítimas foram encontrados na casa dos acusados do crime, que moravam em uma edícula no fundo da residência do pai da mulher que agora teve a prisão preventiva decretada.

 

A polícia só encontrou os cadáveres após ser informada por familiares dos investigados, que haviam recebido um telefonema do acusado de ser o autor dos crimes, que pediu ajuda a eles e informou que havia matado uma pessoa.

 

No final da mesma semana a investigada foi presa ao se apresentar à polícia, acompanhada de um advogado. Na ocasião ela negou qualquer participação nos assassinatos ou na ocultação dos corpos, alegando que aceitou fugir com o companheiro por ter ficado em estado de choque.

 

O acusado foi preso no Paraguai, para onde havia fugido, e ao prestar declarações à polícia de Birigui, ele deu a mesma versão que havia sido dada pela então companheira dele. 

 

Durante a reconstituição do crime, segundo o que foi apurado pela reportagem, ele voltou a assumir sozinho a autoria, tentando excluir a companheira dele de responsabilidade. A reportagem presenciou quando os dois se cruzaram durante os trabalhos e ouviu ele dizer para ela ficar tranquila, pois “iria sair dessa”.

 

Crime

 

O que foi apurado pela polícia é que o casal investigado teria encontrado Jimmy e Caroline em um barzinho da cidade na noite do dia 21 de novembro. Os quatro teriam deixado o estabelecimento e seguido para a residência do casal investigado.

 

Na versão dada pelos acusados à polícia, todos teriam feito uso de drogas e ingerido bebidas alcoólicas. Depois o casal residente na casa teria ido para o quarto, enquanto as vítimas permaneceram na sala.

 

Os investigados alegam que durante a madrugada Jimmy teria tentado manter relação sexual com a moradora na casa. O companheiro dela teria tentado impedir e o esfaqueou. Caroline teria presenciado o crime, se desesperado e informado que chamaria a polícia, por isso também teria sido morta.

 

Após os assassinatos, o casal enrolou os corpos em um cobertor e escondeu debaixo de colchão. A casa foi encontrada limpa quando a polícia esteve no local após ser comunicada da existência dos corpos.

 

Defesa

 

A defesa da investigada entende que não havia necessidade de ser pedida a prisão preventiva da cliente dele, por considerar que as investigações até o momento não indicam a participação dela nos homicídios.

 

Doná informa que ao tomar conhecimento da decretação da prisão, já ingressou com pedido de habeas corpus pela revogação e também aguarda a manifestação do Ministério Público sobre possível denúncia.

 

“A defesa entende que não há qualquer motivo para mantê-la presa, pois ela prestou todas as informações, contribui com as investigações tanto quando foi apresentada espontaneamente na delegacia e na reconstituição, onde apresentou a versão dela, na forma que realmente aconteceram os fatos”, argumenta.

 

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do investigado.

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