Juiz aposentado que atropelou e matou ciclista em Araçatuba teve o direito de dirigir suspenso

O juiz aposentado de 61 anos, que foi preso em flagrante na última quinta-feira (24), após atropelar uma ciclista em Araçatuba (SP), teve o direito de conduzir veículos suspenso pela Justiça em audiência de custódia.

A reportagem obteve essa informação nesta quinta-feira (31), após o sigilo ser questionado pelo advogado Jair Moura, que no início da semana protocolou uma representação no Ministério Público nesse sentido. Para o advogado, a medida fere princípios constitucionais e não haveria elementos que requeiram proteção especial à intimidade das partes envolvidas.

Suspensão

A suspensão da habilitação do investigado foi determinada durante a audiência de custódia, realizada na sexta-feira (25). Ao decidir pela suspensão do direito do dirigir do investigado até contraordem, a Justiça determinou que a habilitação dele seja retida.

Como já havia sido divulgado, entre as medidas cautelares para a conceder a liberdade provisória ao juiz aposentado, estão o pagamento de fiança no valor de R$ 40 mil, proibição de se ausentar da comarca de residência por mais de 8 dias, sem comunicação prévia, e a proibição de frequentar bares e casas noturnas.

Caso

Conforme amplamente divulgado, naquela manhã, o investigado conduzia uma caminhonete Ford Ranger, tendo uma mulher de 25 anos como passageira. Os policiais militares relataram que quando passava pela rotatória da avenida Waldemar Alves, na frente da Cobrac, ele parou o veículo no meio da via.

Os policiais tiveram acesso a imagens gravadas, que mostram que nesse momento, a passageira subiu no colo do condutor e passou a tirar a roupa. Ao sair com o veículo, com ela ainda no colo, a caminhonete bateu na bicicleta da vítima e depois passou sobre o corpo dela.

Embriaguez

Consta ainda que os policiais notaram que o investigado apresentava sinais de embriaguez e exame clínico, no IML (Instituto Médico Legal), durante o registro da ocorrência, apontou que ele estava embriagado. 

Segundo o que foi apurado pela reportagem, ao ser ouvida no dia do atropelamento, a mulher que acompanhava o investigado na caminhonete informou que trabalha na casa noturna onde ele havia passado a noite.

Morreu

A garçonete Thais Bonatti de Andrade, 30, que foi socorrida com ferimentos graves após ser atropelada, morreu na madrugada do sábado (26), na Santa Casa, onde estava em tratamento intensivo. O caso inicialmente é investigado como homicídio culposo (sem intenção) na direção de veículo, agravado pela ingestão de álcool pelo condutor.