Polícia

Investigados por assassinato de casal em Birigui participam de reconstituição dos crimes

Polícia Civil pretende encerrar inquérito em breve e pedir a prisão preventiva dos 2 investigados; defesa tentará a liberdade provisória da mulher
Lázaro Jr.
10/01/2024 às 16h57

A Polícia Civil de Birigui (SP) realizou nesta quarta-feira (10), a reconstituição dos assassinatos de Jimmy Pereira da Silva, 21 anos, e Caroline Batista Froes, 22, que tiveram os corpos encontrados enrolados em um cobertor, com cortes no pescoço, manhã de 23 de novembro.

 

Eles foram assassinados em uma edícula no bairro Parque das Nações, onde residia um casal que está preso, acusado da autoria dos crimes. O pai da mulher que é investigada por suposta participação no assassinato mora na casa da frente, no mesmo terreno deste imóvel.

 

Enquanto aguardava a realização dos trabalhos, a reportagem conversou com a família da investigada. Além do pai, estavam no local a mãe e uma irmã dela. Eles comentaram que o casal investigado estava junto havia 8 meses e que havia dois meses os dois moravam na edícula nos fundos da residência do pai dela. Os familiares defendem que ela não teve participação nos crimes.

 

Reconstituição

 

As equipes chefiadas pelo delegado Eduardo Lima de Paula e as duas viaturas transportando os dois presos, que participaram dos trabalhos, chegaram à residência do casal pouco depois das 9h.

 

A ação também foi acompanhada pelo advogado André Doná, que no momento representa a investigada. Esse profissional acompanhou a oitiva do acusado de ser o autor das facadas que mataram as vítimas. Porém, a reportagem apurou que depois disso, nenhum outro defensor se apresentou para representá-lo no caso.

 

Os acusados estavam em viaturas separadas e a primeira a ser convocada para participar da reconstituição foi a mulher, entrando no imóvel às 9h18. Tudo registrado pela mesma equipe do Instituto de Criminalística que havia realizado a perícia no imóvel após a localização dos corpos.

 

A reportagem pode acompanhar do lado de fora da residência. Às 9h53 a mulher foi levada de volta para a viatura e o investigado foi encaminhado para a edícula, para dar a versão dele nos fatos. Enquanto era conduzido pelos policiais, o acusado proferiu algumas palavras em direção a então companheira. “Você vai sair”, disse.

 

Às 10h31 ele saiu da residência e foi levado para a viatura, com a qual imediatamente foi conduzido de volta para a Cadeia de Penápolis, onde está preso temporariamente. A investigada foi levada novamente para o local dos crimes, mas em poucos minutos foi trazida de volta e também retornou para o presídio. Ela está em Tupi Paulista.

 

Conclusão

 

O delegado responsável pelo inquérito explicou que essa reconstituição, também chamada de reprodução simulada dos fatos, é uma diligência importante para se confrontar os detalhes das versões dos dois presos. “Ainda aguardamos a emissão de alguns laudos e em breve a investigação será encerrada com os pedidos de prisão preventiva”, informou.

 

Ainda de acordo com a autoridade policial, o investigado tenta afirmar que fez tudo sozinho e que a então companheira dele não teria participação nos fatos. Ela foi presa ao se apresentar espontaneamente na presença do advogado, após retornar do Paraguai, para onde o casal havia fugido após os crimes.

 

Liberdade provisória

 

Doná reforçou que a defesa entende que a investigada não teve qualquer participação no duplo homicídio. “No nosso ver, ele é apenas uma vítima também de tudo o que aconteceu”, disse.

 

Ainda de acordo com o defensor, a reconstituição de hoje foi mais para corroborar com o depoimento da cliente dele na delegacia. “Com a perícia feita hoje, ao ver da defesa, ficou bem demonstrado isso aí e logo a gente espera que ela possa ganhar a liberdade, porque como eu já havia dito, ela é mais uma vítima”, justificou.

 

Caso

 

O caso teve grande repercussão e o acusado do crime foi preso apenas dias depois, no Paraguai, para onde havia fugido. Em depoimento ele manteve a versão que havia sido dada pela então companheira dele, que havia sido presa dias antes.

 

Segundo o que foi relatado à polícia, o casal investigado conhecia Jimmy e após se encontrarem em um barzinho na noite do dia 21, foram passar a noite juntos, na residência dos acusados, onde teriam feito uso de drogas e ingerido bebidas alcoólicas.

 

Durante a madrugada, quando o casal estaria no quarto, Jimmy teria sido surpreendido tentado fazer sexo com a moradora na casa. O companheiro dela teria tentado defendê-la e o esfaqueado durante luta corporal.

 

Caroline teria acordado durante a briga e sido morta pelo autor das facadas porque teria dito que chamaria a polícia. Ao prestar declarações após se apresentar, a mulher negou qualquer participação nos assassinatos ou na ocultação dos corpos, alegando que aceitou fugir com o companheiro por ter ficado em estado de choque. 

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