Polícia

Investigado fez chamada de vídeo para informante durante furto em empresa de Araçatuba para reclamar de valor encontrado

Um dos autores intelectuais do grupo investigado por pelo menos 17 crimes tinha informações privilegiadas e havia relatado aos executores que haveria R$ 1 milhão em dinheiro no prédio
Lázaro Jr.
07/03/2024 às 21h17
A Polícia Civil concedeu entrevista coletiva para dar detalhes da operação (Foto: Lázaro Jr.) A Polícia Civil concedeu entrevista coletiva para dar detalhes da operação (Foto: Lázaro Jr.)

Um dos investigados por integrar uma suposta organização criminosa de Araçatuba (SP), especializada em furtos e roubos de imóveis, principalmente de vítimas idosas, fez uma chamada de vídeo para reclamar com o informante durante um dos furtos a uma empresa na cidade.

 

A informação foi apurada pela reportagem durante entrevista coletiva concedida pela Polícia Civil na quarta-feira (6), após ser deflagrada a segunda fase da Operação Senes, para o cumprimento de seis mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão.

 

Conforme divulgado, esse grupo praticaria os crimes a partir de informações privilegiadas obtidas por meio das imagens de câmeras de monitoramento instaladas por um dos investigados, que era contratado de forma terceirizada por empresas que oferecem esse tipo de serviço.

 

Furto

 

Segundo o que foi apurado pela reportagem, um dos crimes praticado pelo grupo foi um furto a uma empresa, ocorrido em novembro do ano passado. Na ocasião, as câmeras flagraram dois homens invadindo o prédio após escalarem o muro e arrombarem a janela do banheiro.

 

Eles tiveram acesso ao cofre, que também foi arrombado, e furtaram cerca de R$ 20.000,00 em dinheiro. Ao descobrir o valor, um dos executores do crime fez uma chamada de vídeo para um dos dois autores intelectuais do grupo já identificados, o qual está foragido, pois ele teria informado que na sede da empresa haveria R$ 1 milhão em dinheiro.

 

Investigação

 

Essas informações foram obtidas pela polícia após a deflagração da primeira fase da operação, em dezembro do ano passado, quando cinco investigados foram presos temporariamente e posteriormente tiveram as prisões preventivas decretadas.

 

Durante a entrevista coletiva, o delegado Juliano Albuquerque Goes informou que além das imagens de monitoramento, o grupo contava com informações privilegiadas de pessoas que já teriam trabalhados nas empresas das vítimas.

 

Violência

 

Ainda de acordo com o que foi informado, em alguns dos crimes foram utilizadas armas de fogo e violência contra as pessoas. “Teve um dos casos que chegaram armados, quebrando porta de vidro, grupo violento”, informou. O delegado revelou que as ações passaram a ficar mais violentas quando um dos investigados deixou a prisão e passou a participar dos crimes. Esse investigado foi preso na primeira fase da operação.

 

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), que informou que ele deu entrada pela primeira vez em unidade prisional em março de 2009, no CDP (Centro de Detenção Provisória de São José do Rio Preto). Atualmente ele está custodiado na Penitenciária 2 de Lavínia.

 

A polícia reforça que dois dos mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça não foram cumpridos na quarta-feira e os investigados são considerados foragidos e também seriam pessoas violentas.

 

Apreensão

 

Durante a segunda fase da operação foram apreendidos seis celulares; entorpecente; dois aparelhos que gravam imagens de câmeras de monitoramento; um rádio comunicador; um motor de popa, que pode ser produto de receptação, pois está sem numeração aparente; 162 munições calibre 9 milímetros e uma pistola do mesmo calibre; um relógio de pulso; e cordões e pulseiras que são periciadas. 

 

Segundo a polícia, há comprovação da participação de todos os investigados já identificados nos crimes. Eles devem responder por associação criminosa, roubo qualificado e furto qualificado.

Entre no grupo do Whatsapp
Logo Trio Copyright © 2025 Trio Agência de Notícias. Todos os direitos reservados.