Os dois homens que morreram baleados durante tentativa de abordagem por equipe do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) na noite da última sexta-feira (2), na rodovia Senador Teotônio Vilela, conhecida como estrada do Guatambu, em Birigui (SP), deixaram o sistema prisional em junho de 2024.
A informação foi divulgada à reportagem pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária). De acordo com o que foi informado, eles são egressos do sistema prisional em virtude de progressão ao regime aberto concedida pela Justiça.
Segundo a polícia, a tentativa de abordagem se deu após informação de que dois integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) fariam o transporte de drogas e armas de fogo de Araçatuba para Birigui, utilizando o veículo VW Golf.
Ao receber ordem de parada os dois ocupantes do carro teriam sacado armas de fogo e por isso, os policiais teriam revidado. A polícia afirmou que além das armas apreendidas com eles, haviam outras três dentro do veículo, que estaria transportando ainda 13 tijolos de maconha, 1 de pasta base e mais de 2 mil pinos com cocaína.
Antecedentes
Um dos mortos na ação é Adenilson Siqueira Lima, 43 anos, conhecido como “Pirulito”. A reportagem apurou que em dezembro de 2019 ele foi condenado pela Justiça de Araçatuba a 6 anos e 3 meses de prisão por tráfico de drogas. O processo é de 2018 e na sentença consta que ao calcular a pena, foi levado em consideração que ele era multirreincidente.
O outro morto é Arlindo Jovino, 41, conhecido como “AR”. A reportagem apurou que ele foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão por participação no assassinato do pecuarista Luís Sorato Neto, 47, crime ocorrido em dezembro de 2005.
A vítima foi baleada quando saía da propriedade rural dela, no bairro da Água Limpa, acompanhada da esposa, Cintia Magda dos Santos, que foi condenada em primeira instância a 23 anos e 4 meses de prisão, apontada como mandante do crime.
Contratado
Inquérito instaurado pela Polícia Civil apurou que ela teria contratado a morte do marido, junto com o ex-policial militar Almirante Petroli Júnior, com quem manteria um relacionamento Amoroso. A mulher teria oferecido R$ 30 mil pelo assassinato.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Almirante entrou em contato com Jovino, que teria atirado na vítima em uma primeira tentativa de homicídio, quando estava acompanhado de Sérgio Alves dos Santos Júnior. Na ocasião, o pecuarista foi baleado no ombro e sobreviveu.
Como eles não conseguiram matar a vítima, Cíntia tramou um novo atentado à vida do marido e Jovino teria combinado o crime com Sérgio e Anderson Douglas Lopes, que consumaram o assassinato. Consta na sentença que informalmente Sérgio e Jovino confessaram participação nos crimes e delataram os demais envolvidos.
Condenados
Os cinco réus foram denunciados por homicídio qualificado pelo motivo torpe, mediante promessa de pagamento e com recurso com dificultou a defesa da vítima. Jovino foi o que recebeu a maior pena em primeira instância, sendo condenado a 26 anos e 8 meses de prisão.
Assim como Cíntia, Almirante e Sérgio foram condenados a 23 anos e 4 meses de prisão, enquanto Anderson pegou 17 anos de prisão. Houve recurso do Ministério Público e as penas dos réus foram aumentadas, com exceção à de Jovino.
No caso de Cintia, a pena foi elevada para 30 anos de prisão; para Almirante, a pena foi elevada para 25 anos de prisão, assim como no caso de Sérgio; enquanto Anderson teve a pena aumentada para 20 anos de prisão.