Homem que morreu baleado em lava jato havia participado de assalto a depósito de água; foram apreendidos 2 revólveres

Caio Patrick Nery, 24 anos, que morreu ao ser baleado por equipe do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) na tarde de quarta-feira (15), em Araçatuba (SP), teria conduzido a moto utilizada em um assalto ocorrido a um depósito de água momentos antes.

A informação foi passada à polícia pelo outro acusado de participação no roubo, um jovem de 20 anos, que foi preso. Com a dupla, a polícia apreendeu dois revólveres e recuperou parte do dinheiro roubado.

Segundo o que foi apurado pela reportagem, era pouco antes das 15h quando a equipe do Baep foi comunicada desse assalto ocorrido em um estabelecimento na rua Governador Pedro de Toledo, onde dois homens em uma moto haviam levado cerca de R$ 1.800,00. 

Primeiro investigado

Os policiais tiveram acesso a imagens de câmeras de monitoramento e, durante diligências, houve denúncia de que um dos autores do crime havia chegado a uma residência na rua Francisco Damasclaro, no Residencial Atlântico.

Ele teria chegado conduzindo a moto utilizada no crime e no endereço informado, os policiais viram uma moto com as mesmas características na garagem. Havia dois capacetes sobre ela e o investigado, ao ver a polícia, tentou fugir em direção aos fundos do imóvel.

Arma

Durante a tentativa ele dispensou um revólver calibre 38 carregado com seis munições intactas e com a numeração raspada, junto com R$ 588,00 em dinheiro. O investigado foi detido, identificado e teria confessado participação no roubo ao depósito de água.

Ele disse ainda que Nery teria participado do assalto, relatando que os dois estavam armados no momento do crime e que ele teria entrado no estabelecimento e anunciado o roubo, enquanto o comparsa permaneceu na moto, do lado de fora, para facilitar a fuga. 

Lava jato

Após prender o jovem, os policiais saíram novamente em diligências e teriam sido informados de que o homem que conduzia a moto durante o assalto estaria escondido no lava jato na rua Marcílio Dias.

A equipe relatou que ao chegar no estabelecimento, entrou a pé e viu Nery sentado em uma cadeira. Ele estaria vestindo roupas idênticas às usadas por um dos autores do roubo e, ao perceber a presença dos policiais, teria se levantado rapidamente.

Ainda segundo a polícia, o suspeito teria levantado a camisa e, com uma das mãos, sacado um revólver e apontado na direção da equipe. Ele recebeu ordem para dispensar a arma, mas a teria mantido apontada para os policiais. Diante disso, dois policiais fizeram três disparos cada utilizando pistolas.

Morreu

Após ser atingido, Nery caiu, os policiais afastaram o revólver que ele portava e acionaram o socorro, mas equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) constatou o óbito no local.

Segundo o que foi relatado, o proprietário do lava jato estava presente, entregou-se à polícia imediatamente e disse que conhecia Nery, com o qual conversava sobre assuntos banais quando a polícia chegou. Ele disse ainda que deitou-se no chão ao ouvir os disparos e não presenciou detalhes da ação.

A reportagem chegou ao local pouco depois das 17h e a área estava preservada para a realização de perícia, que foi acompanhada por vários policiais civis, incluindo equipes da DH/Deic (Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Gerais). O Ministério Público também foi comunicado sobre o ocorrido.

Investigação

As armas dos policiais militares envolvidos na ação foram apreendidas para perícia, assim como o revólver apreendido com Nery, junto com R$ 1.136,00. As munições encontradas com ele também foram recolhidas pela equipe do Instituto de Criminalística. 

A moto Honda Titan utilizada no crime foi apreendida e, segundo a polícia, está com a numeração do chassi e do motor apagadas. Ela também utilizava placa de uma motoneta I/Shineray e foi apreendida para perícia e levada ao pátio de um guincho. 

Ainda de acordo com a polícia, a arma utilizada pelo jovem que rendeu as vítima é de origem ilícita, mas não foi informado se ela foi roubada ou furtada. Sobre a camiseta que esse investigado vestia durante o roubo, conforme registrado pelas câmeras, ele alegou tê-la queimado, sem informar onde.

Preso

Esse investigado teve a prisão em flagrante confirmada pelo delegado que presidiu a ocorrência e ficou à disposição da Justiça para ser apresentado em audiência de custódia. Ele será indiciado por roubo qualificado e também por adulteração de sinal identificador de veículo.

O delegado representou pela decretação da prisão preventiva. O corpo de Nery seria encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para exame necroscópico antes de ser liberado aos familiares para velório e enterro.