Um homem de 50 anos foi preso por maus-tratos a animais na manhã desta quinta-feira (23), em Santo Antônio do Aracanguá (SP), acusado de ter cortado a perna de um cão utilizando um punhal. O animal teve que ser sacrificado.
Esse homem é o mesmo que foi detido em abril de 2024, após jogar escorpiões vivos em funcionárias que atendiam na unidade de saúde da cidade. Ele havia procurado atendimento de saúde e jogou os animais peçonhentos na mesa, sobre o teclado do computador e alguns filhotes caíram no chão.
Amputação
Desta vez, o flagrante de mutilação aconteceu após a ONG “Criaturas de Deus” receber denúncia de que um cachorro teria tido uma das patas cortada com uma faca de cozinha, em uma propriedade na zona rural do município.
As informações apuradas pela ONG são de que o animal estaria com uma ferida em uma das pernas e o autor, que seria o tutor do cão, teria decidido cortar o membro, acreditando que isso resolveria o problema.
Morreu
Ainda de acordo com o que foi informado pela ONG, o cão foi socorrido com vida, mas devido à gravidade dos ferimentos e ao intenso sofrimento, foi indicada a eutanásia, que foi realizada por um médico veterinário.
Os próprios representantes da ONG acionaram a Polícia Militar, que preservou o local para a realização de perícia, que foi acompanhada pela Polícia Civil, que conduziu o investigado para a delegacia.
Confessou
De acordo com o que foi apurado pela reportagem, ao prestar declarações, o acusado confessou o crime. Ele contou que mantinha o cão na propriedade havia aproximadamente um ano e meio e que há duas semanas, ele teria brigado com outro cão e ferido uma das patas.
O investigado disse à polícia que resolveu cortar a pata ferida utilizando a faca e enfaixar, para resolver o problema. Porém, mas alegou não recordar se aplicou algum anestésico no animal para promover a amputação.
De acordo com ele, o cão “deu uma choradinha” durante o procedimento, mas depois “ficou quieto”. O local do corte teria sangrando, mas depois parou e o cachorro teria ficado quieto.
Preso
O delegado que presidiu a ocorrência decidiu pela manutenção da prisão em flagrante do investigado, levando em consideração que o procedimento de amputação, de forma consciente e voluntária, causou dor e sofrimento ao animal.
Além disso, o ambiente em que o procedimento foi realizado estava sujo e impróprio, revelando que o animal foi submetido a "experimento bárbaro e doloroso", tendo sido empregada uma faca enferrujada para amputar o membro do cão.
Por fim, foi constatado que o acusado não detinha conhecimento técnico para procedimento de cunho veterinário. Relatório elaborado pela médica veterinária Débora Lopes Rezende atestou a realização da precária amputação e a morte do animal em decorrência do ferimento.
Após ser ouvido, o acusado permaneceu à disposição da Justiça para ser apresentado em audiência de custódia. A ONG Criaturas de Deus emitiu nota informando que: "repudia veementemente qualquer ato de crueldade contra animais e reforça seu compromisso em acompanhar o caso até que a justiça seja feita".