Um homem de 45 anos foi preso no final da tarde de domingo (10), em Araçatuba (SP), pela lei Maria da Penha, acusado de agredir uma mulher de 30 anos, que se apresentou como garota de programa e teria prestado serviços a ele.
O investigado também responderá criminalmente por difamação, por ter sido acusado de revelar aos familiares da vítima, por meio de mensagens, que ela trabalha como garota de programa, o que seria segredo.
O acusado foi preso por policiais militares ao ser encontrado no apartamento dele, onde a vítima também estava, com ferimentos e sangramento. A mulher disse que havia sido estrangulada pelo investigado e apresentava um corte no cotovelo direito.
Já o acusado negou as agressões, alegando que a vítima teria caído e se machucado sozinha. Os dois foram levados ao plantão policial e após passarem por atendimento médico, foram apresentados na delegacia.
Contratada
Ao ser ouvida, a mulher alegou que foi procurada pelo acusado, o qual já o conhecia por ter prestados serviços anteriormente, e ele a contratou por R$ 5 mil para permanecer na casa dele, por dez dias, fazendo programas sexuais. Por ter prestado serviços a ele anteriormente, ela concordou.
A vítima disse que permaneceu o período contratado e foi bem tratada. Porém, ao término do prazo, ele não teria feito o pagamento, alegando que estava com dificuldade para realizar transferências via Pix.
Ainda de acordo com a vítima, na quinta-feira (7) o acusado teria comparecido na casa noturna onde ela trabalha e contratado os serviços de outras mulheres, mediante pagamento, tendo gasto quantia significativa em dinheiro.
Difamação
No dia seguinte, ele teria voltado ao local e pedido para uma amiga dela chamá-la, alegando que queria conversar, mas o pedido foi recusado. Diante disso, ele teria encontrado o perfil dela no Instagram e passado a fazer contato com membros da família dela, revelando que ela exerce a prostituição, o que não seria de conhecimento dos familiares dela.
A mulher revelou ainda que no domingo recebeu mensagens de amigos com prints de conversas, com fotos da casa onde ela trabalha e imagens dela exercendo a atividade e outros conteúdos de natureza comprometedora.
Agressão
A mulher contou que no domingo foi ao apartamento do investigado para tirar satisfações e, em um momento de descontrole emocional, o agrediu. Diante das agressões, ele a teria jogado ao chão e apertado o pescoço dela com as mãos.
A vítima afirmou que os ferimentos que ela apresentava no rosto seriam decorrentes da queda sofrida. Ela representou criminalmente contra o investigado e pediu as medidas protetivas previstas na lei Maria da Penha.
Negou
Ouvido em declarações, o investigado disse que contratou a vítima por R$ 3.000,00 para que ela passasse a semana com ele algum tempo atrás. De acordo com ele, após saírem algumas vezes, ela teria adquirido o hábito de forçar a ida à casa dele para receber os valores combinados.
Na versão do acusado, há duas semanas a mulher teria insistido em passar a semana com ele, que rejeitou a proposta por não ter condições financeiras no momento. Diante da recusa, ela teria passado a exigir o pagamento.
O investigado disse que na sexta-feira ele foi à casa onde a vítima trabalha, eles se encontraram, mas ele teria saído com com outras garotas, o que a teria ofendido. Por isso, no domingo a mulher teria ido à casa dele para tirar satisfações.
Agressiva
Ele contou que a vítima estava exaltada, teria chutado a porta e gritado, além de tê-lo agredido com dois socos no rosto e jogado objetos no chão, vindo a cortar o braço com os estilhaços de vidro.
O investigado disse à polícia que apenas a segurou pelos braços para se defender e recomendou que ela pressionasse o ferimento para estancar o sangramento, mas ela teria respondido que iria sujar todo o apartamento de sangue.
Por fim, ele informou que por suspeitar que a mulher pudesse acusá-lo falsamente, ele deixou a porta do apartamento aberta para que os vizinhos pudessem ver o que acontecia.
Sobre a alegação de difamação, o acusado disse que a vítima ligava para os amigos dele para cobrar as supostas dívidas. Como retaliação, enviou o link de apresentação dela como garota de programa na boate para quatro pessoas, mas disse que nenhuma delas teria contato com a vítima.
Preso
Após ouvir as versões, a delegada que presidiu a ocorrência decidiu pela prisão em flagrante, levando em consideração que a mulher disse que foi vítima de estrangulamento e arrastada pelo chão, além de ter sido difamada em rede social para as pessoas da família dela.
Após ser ouvido ele permaneceu à disposição da Justiça para ser apresentado em audiência de custódia.