Juliano Pereira, 45 anos, foi morto a tiros na tarde de sábado (13) em Araçatuba (SP), por um policial militar que reagiu ao surpreendê-lo atacando outro homem, de 47 anos, com golpes de faca. A vítima estava dentro do carro quando foi atacada e precisou de atendimento médico.
Segundo o que foi apurado pela reportagem, o caso teve início com um desentendimento em um bar na avenida Jorge Mellem Rezek, que é o complemento da rua Marcílio Dias, no bairro Planalto.
Equipe da Polícia Militar foi ao estabelecimento para atender ocorrência de desinteligência e foi informada pela proprietária, que Juliano havia quebrado diversos objetos no bar, por ciúmes, e deixado o local.
Facas
De posse das características físicas e roupas que ele vestia, a equipe saiu em patrulhamento e o viu correndo pela rua Antônio de Godoy, com duas facas nas mãos. Ainda de acordo com a polícia, o outro homem envolvido na ocorrência conduzia um GM Corsa pela mesma via, logo à frente da viatura.
Ele teria projetado o carro na direção de Juliano, que teria desobedecido a ordem de soltar as facas e partiu em direção ao condutor do Corsa. Do lado de fora, pela janela do automóvel, ele passou a esfaquear a vítima com vários golpes.
Tiros
Na tentativa de impedir que Juliano matasse o condutor do carro, um dos policiais sacou a pistola e fez cinco disparos contra ele, que caiu ferido. Os policiais acionaram o resgate, que constatou a morte no local. Já o homem atacado com golpes de faca foi atendido e levado para o pronto-socorro municipal, em função dos ferimentos sofridos.
O local foi preservado, a Polícia Civil comunicada e a área passou por perícia, acompanhada por equipe de plantão e da DH/Deic (Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais).
O promotor de Justiça Adelmo Pinho também esteve presente e solicitou a coleta de sangue no veículo da vítima para exame de DNA, sendo atendido. As duas facas utilizadas por Juliano foram recolhidas para perícia, junto com as cinco cápsulas deflagradas pelo policial militar.
Após a conclusão dos trabalhos, o corpo foi recolhido por equipe da funerária Cardassi e encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para exame necroscópico. A irmã de Juliano esteve no local, foi informada sobre o ocorrido.
Investigação
Antes de seguirem para a delegacia, os policiais retornaram ao bar na Jorge Mellem Rezek para colher as versões das testemunhas. A pistola utilizada pelo policial que fez os disparos foi apresentada na delegacia para o registro da ocorrência e recolhida pela perícia, que realizou o exame residuográfico no policial.
O delegado que presidiu a ocorrência entendeu que ficou configurado que ele agiu em legítima defesa de terceiro ao atirar em Juliano, no momento em que ele atacava o outro homem com golpes de faca. O policial foi liberado e será intimado a prestar declarações posteriormente.