Ronaldo Anderson Lopes Garcia, 23 anos, morreu após ser vítima de possível espancamento e de golpes de faca, em crime ocorrido no final da manhã deste sábado (28), no residencial Porto Real, em Araçatuba (SP). A polícia já tem um suspeito de autoria, mas ele não havia sido encontrado.
De acordo com o que foi informado, o caso aconteceu pouco antes das 12h, na rua João Ferreira dos Santos. A vítima foi atendida no local por equipe de resgate do Corpo de Bombeiros e também do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Entretanto, teria dado entrada no pronto-socorro da Santa Casa já sem vida.
Ainda segundo o que foi relatado, a companheira de Garcia, uma jovem também de 23 anos, disse à polícia que residia com ele no bairro São José. De acordo com ela, logo pela manhã o companheiro dela acordou muito alterado, devido à abstinência de drogas, pois era usuário compulsivo.
O casal discutiu, ela teria sido agredida com empurrões, mas conseguiu se desvencilhar dele e pedir ajuda. Uma equipe da Polícia Militar foi à residência do casal, conseguiu acalmar o investigado, de acordo com a testemunha, e a orientou a registrar a ocorrência e solicitar medida protetiva.
Nova agressão
Porém, após os policiais deixarem o local, o companheiro dela teria voltado a agredi-la, desta vez tentando enforcá-la. Diante disso, ela foi com o filho de 7 anos para a para a casa da irmã dela, no Porto Real.
Garcia teria aparecido na casa alguns minutos depois, invadido o imóvel de forma truculenta e a agredido, assim como à irmã dela. O cunhado da companheira de Garcia estava na casa, teria tentado defender as mulheres e também foi agredido pelo jovem, que de acordo com a companheira dele, parecia estar possuído.
Apesar disso, a família conseguiu colocá-lo para fora da casa, usando empurrões, golpes de cabo de vassoura e socos, de acordo com ela, vindo a trancar o portão em seguida.
Faca
Ainda de acordo com a mulher, quando já estava do lado de fora da residência, Garcia teria tirado uma faca do bolso, mas não conseguiu atingir ninguém, pois o portão estava trancado. Ele permaneceu do lado de fora da casa, até que chegou ao imóvel, o pai do filho dela, pois seria dia dele buscar a criança para passar o final de semana.
Garcia o teria reconhecido e, em um gesto de fúria, teria lançado um objeto contra o carro do pai do filho dela. A jovem contou que o companheiro dela e o ex-companheiro entraram em luta, o pai do filho dela teria voltado para o carro, mas Garcia teria atirado a faca no vidro traseiro do veículo, vindo a quebrá-lo.
A briga teria recomeçado, muitas pessoas teriam se aproximado, dificultando a visão da testemunha, que só teria visto quando o companheiro dela já estava sangrando, do outro lado da rua, enquanto o pai do filho dela entrou no carro com o menino e foi embora.
Atendimento
A mulher contou que chamou o Samu às 11h41, a equipe chegou às 11h55, junto com os policiais militares. Enquanto aguardava socorro, o jovem se abrigou à sombra de uma árvore. Antes de ser levado ao hospital ele teria confirmado a um dos policiais, que o havia sido atacado com golpes de faca pelo pai do filho da companheira dele.
Por fim, a ex-companheira de Garcia disse à polícia que uma semana atrás o jovem havia enviado mensagens ameaçando matar o pai do filho dela.
Morreu
O médico que fez o atendimento no hospital informou à polícia que a vítima já chegou ao hospital em parada cardíaca há mais de 15 minutos e sem sinais vitais. O óbito foi registrado às 12h35, com provável causa da morte sendo ferimento por arma branca e espancamento.
No corpo havia hematomas na região torácica e na escápula; e um corte contuso de aproximadamente 5 centímetros com exposição da calota craniana na parte da frente da cabeça.
Além disso, havia um ferimento a faca na mão esquerda, na base do polegar, atravessando ossos e músculos, e outro no antebraço direito, também atingindo músculos, artérias e ossos, com extensão de cerca de 20 centímetros. Diante disso, o médico não afirmou com certeza a causa específica da morte.
Investigação
Ao ser comunicado do caso, o delegado que presidiu a ocorrência determinou que fossem emitidas as requisições para exame necroscópico no corpo no IML (Instituto Médico Legal) e de perícia no local do crime. O suspeito de autoria do homicídio não foi localizado pela polícia e um inquérito será instaurado pela Polícia Civil.