A Polícia Militar de Araçatuba (SP) prendeu na noite de quinta-feira (13), o ex-policial militar Almirante Petroli Júnior, que irá completar 63 anos na próxima semana. Ele foi condenado a 25 anos de prisão por participação no assassinato do pecuarista Luís Sorato Neto, 47, crime ocorrido em dezembro de 2005.
O julgamento pelo Tribunal do Júri aconteceu em 2012 e, em consulta ao processo, consta que em maio de 2019 foi expedido o alvará de soltura após ter sido julgada extinta a punibilidade, em relação à pena privativa de liberdade e de multa.
Entretanto, ainda na quinta-feira a Justiça suspendeu cautelarmente o regime aberto, devido ao descumprimento de medidas cautelares. No despacho consta que durante tentativa de localização do réu, ele não foi encontrado, o que configurou grave descumprimento das condições impostas para a liberdade.
Captura
No boletim de ocorrência que oficializou a captura consta que a pena restante é de 11 anos, 11 meses e 6 dias de prisão, que nesse momento deve ser cumprida no regime fechado.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o mandado de prisão foi cumprido pelo Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), que encontrou Petroli Júnior na casa dele, na rua Bartolomeu de Gusmão, no bairro Aviação.
Os policiais foram recepcionados pela esposa do condenado, que autorizou a entrada da equipe no imóvel. Ainda de acordo com o que foi relatado, Petroli Júnior, ao ser abordado, informou que sabia da existência do mandado de prisão e não ofereceu resistência.
Após passar a noite na cela da CPJ (Central de Polícia Judiciária), ele seria encaminhado ao CDP (Centro de Detenção Provisória de Lavínia), onde permanecerá à disposição da Justiça.
Caso
Conforme divulgado na época, o pecuarista Luís Sorato Neto foi baleado quando saía da propriedade rural dele, no bairro da Água Limpa, acompanhado da esposa, Cintia Magda dos Santos. Inquérito instaurado pela Polícia Civil apurou que ela teria contratado a morte do marido, junto com Petroli Júnior, com quem manteria um relacionamento Amoroso. A mulher teria oferecido R$ 30 mil pelo assassinato.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Almirante entrou em contato com Arlindo Jovino, que teria atirado na vítima em uma primeira tentativa de homicídio, quando estava acompanhado de Sérgio Alves dos Santos Júnior. Na ocasião, o pecuarista foi baleado no ombro e sobreviveu.
Como eles não conseguiram matar a vítima, Cíntia tramou um novo atentado à vida do marido e Jovino teria combinado o crime com Sérgio e Anderson Douglas Lopes, que consumaram o assassinato. Consta na sentença que informalmente Sérgio e Jovino confessaram participação nos crimes e delataram os demais envolvidos.
Condenados
Os cinco réus foram denunciados por homicídio qualificado pelo motivo torpe, mediante promessa de pagamento e com recurso com dificultou a defesa da vítima. Jovino foi o que recebeu a maior pena em primeira instância, sendo condenado a 26 anos e 8 meses de prisão.
Cíntia, Almirante e Sérgio foram condenados a 23 anos e 4 meses de prisão, enquanto Anderson pegou 17 anos de prisão. Houve recurso do Ministério Público e as penas dos réus foram aumentadas, com exceção à de Jovino.
No caso de Cintia, a pena foi elevada para 30 anos de prisão; para Almirante, a pena foi elevada para 25 anos de prisão, assim como no caso de Sérgio; enquanto Anderson teve a pena aumentada para 20 anos de prisão.
Jovino morreu ao ser baleado por equipe do Baep durante uma tentativa de abordagem na rodovia Senador Teotônio Vilela, conhecida como estrada do Guatambu, em Birigui, em maio deste ano.