Empresário é preso acusado de simular roubo de carro para aplicar golpe em seguro

Um empresário de 57 anos, morador em Araçatuba (SP), foi preso na noite de domingo (19) pela Polícia Militar Rodoviária, acusado de simular o roubo do próprio carro, para tentar aplicar um golpe no seguro. O veículo foi encontrado na garagem destinada ao apartamento do empresário e a esposa dele também deve ser investigado, por possível participação no crime.

Segundo o que foi relatado, era por volta das 21h quando os policiais militares rodoviários foram informados do roubo de Jeep Renegade ano 2015, na altura do quilômetro 35 da rodovia Jorge Maluly Neto (SP-463). A informação passada à equipe foi de que a própria vítima havia telefonado para o 190 comunicando o crime e estaria aguardando no local.

O empresário foi encontrado debaixo de um viaduto da rodovia com a estrada vicinal Nametala Rezek, que é o complemento da avenida Saudade. Ele estava sozinho, de posse de um celular e informou que havia sido rendido por dois homens em uma moto ao parar para verificar um dos pneus do carro, que estaria murcho.

O investigado disse que um dos supostos ladrões estava armado, que eles teriam fugido em direção a Bilac, estando um deles na direção no Renegade, e informou até as roupas que eles estariam vestindo.

Buscas

Diante das informações passadas, outras equipes foram acionadas e acompanharam nas buscas feitas pelos policiais militares rodoviários, que chegaram a ir até Bilac, levando o empresário. Equipes do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) e da Força Tática também realizaram diligências na tentativa de localizar o carro que supostamente teria sido roubado.

Os policiais que apresentaram a ocorrência relataram que apesar de ter passado pelo trauma de ter sido assaltado, o empresário aparentemente estava muito calmo. Ele não apresentava lesões e não portava documentos pessoais, alegando que eles também teriam sido roubados, pois estariam dentro do carro.

Celular

No trajeto até o plantão para o registro da ocorrência, um dos policiais perguntou ao empresário se o celular roubado estava logado em algum e-mail. Segundo a polícia, o investigado alegou que portava dois celulares e apenas um havia sido roubado e abriu o e-mail.

Os policiais notaram que o celular supostamente roubado foi localizado em um edifício na avenida dos Estados, em Araçatuba, que é onde o empresário reside. Ao ser questionado, o empresário afirmou que não conhecia ninguém que morasse nesse edifício, mas a equipe decidiu ir até o local para checar se o veículo e o celular roubados estariam por lá.

Lanche

A equipe foi recepcionada pelo porteiro do prédio, que afirmou à polícia que o empresário residia em um dos apartamentos do edifício junto com a mulher e os filhos. Como o investigado contestou a informação, os policiais pediram ao porteiro que interfonasse no apartamento onde ele residiria.

Ninguém atendeu, apesar de o porteiro afirmar que a esposa do investigado estava em casa e havia acabado de pedir lanche. Enquanto os policiais conversavam com o porteiro, o entregador chegou com o lanche que havia sido encomendado pela esposa do empresário. Os policiais solicitaram autorização e foram entregar o lanche a ela, enquanto o empresário foi mantido na viatura.

A esposa do investigado estava no apartamento e atendeu os policiais após ser acionada a campainha. Segundo a polícia, ela informou que morava no local, confirmou que é casada com o investigado e disse que tinha conhecimento de que ele havia sido roubado.

Surpresa

Para surpresa dos policiais, quando eles foram à garagem do apartamento, acompanhados da mulher, foi constatado que o Renegade estava estacionado na vaga destinada ao casal. O celular e os documentos que o empresário disse que teriam sido roubados não foram localizados.

Após a localização do veículo, a mulher disse aos policiais que não falaria mais nada. Já o empresário teria confessado em conversa informal com os policiais, que o carro havia apresentado um problema mecânico. Como a manutenção custaria R$ 60 mil e o seguro não cobriria o reparo, ele teria simulado o roubo para tentar receber o valor do veículo e não ficar no prejuízo.

Preso

O empresário foi apresentado no plantão policial para ser ouvido na presença de uma advogada, porém, ele optou por permanecer em silêncio. Para a polícia, ficou configurado o crime de estelionato mediante fraude a seguro, por isso, o delegado que presidiu a ocorrência decidiu pela prisão em flagrante e representou pela decretação da prisão preventiva do investigado.

A esposa dele também deve ser investigada, pois informalmente ela teria relatado ao policiais militares rodoviários, que havia levado o marido até o local onde ele foi encontrado, após ele ter ligado noticiando o suposto roubo.