A Polícia Civil de Birigui (SP) irá investigar possíveis crimes de estelionato e de apropriação indébita por parte dos responsáveis por uma empresa de esquadrias metálicas de Araçatuba, acusados de não entregar os produtos e serviços contratados.
Conforme já divulgado, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial e falência na Justiça de Araçatuba. A reportagem teve acesso a outro boletim de ocorrência, no qual constam mais 16 vítimas, com prejuízo declarado de mais de R$ 300 mil. Somados aos outros cinco registros feitos separadamente, esse valor já chega a R$ 440 mil.
A Polícia Civil de Birigui decidiu alterar a natureza de um dos registros para criminal, após uma das vítimas retornar à delegacia na manhã desta quarta-feira (3), apresentando novas informações. Inicialmente ela informou ter contratado a fabricação, montagem e instalação de esquadrias de alumínio e vidros no valor de R$ 37.750,00, para um imóvel em construção. O serviço deveria ter sido realizado até 10 de junho, o que não aconteceu.
Fechadura
Ao retornar à delegacia, a mulher acrescentou que no dia 8 de maio foi entregue ao proprietário da empresa, um fechadura digital eletrônica adquirida por R$ 1.285,20, para ser instalada em uma das portas que deveria ter sido entregue. Porém, além de não entregar a porta, a fechadura não foi devolvida, o que pode configurar o crime de apropriação indébita.
Ainda de acordo com a mulher, no final da tarde de terça-feira (2) ela soube em um grupo de WhatsApp composto por outros clientes que estão na mesma situação, que representantes da empresa teriam entrado no galpão com um caminhão e recolhido a matéria-prima e equipamentos.
Crime
Isso, de acordo com o que foi relatado, indica que há clara intenção em prejudicar os credores e o processo de falência apresentado na Justiça de Araçatuba. A vítima acrescenta que se havia intenção de buscar a falência, a empresa não deveria ter aceito novos contratos de serviço, incluindo o dela.
Diante disso, ela declarou a intenção de representar criminalmente contra o proprietário da empresa. O delegado Eduardo Lima de Paula informou que já instaurou um inquérito para investigar os possíveis crimes de apropriação indébita e estelionato.
Outro lado
A reportagem ainda não conseguiu contato com os representantes da empresa para falar a respeito do caso. Em visita às duas sedes da empresa, uma na rua Saudade, no bairro Iporã, e a outra na rua Jordano Gottardi, no Nova Iorque, mas ambas estão fechadas.
No prédio da Saudade, que ainda tem a pintura com o nome da empresa, consta uma mensagem informando sobre o pedido de recuperação judicial e falência, com o número do processo.