O dono de uma imobiliária em Araçatuba (SP) que foi acusado de homofobia após desentendimento em função de um contrato de aluguel de uma residência, nega as acusações. O boletim de ocorrência relatando o caso à polícia foi registrado na quinta-feira (2), por um casal homoafetivo.
As vítimas alegam que visitaram uma casa na rua Dona Ida, concordaram em pagar o aluguel de R$ 900,00 mensais, mais o seguro fiança de R$ 1.400,00, que teria pago com cartão de crédito.
Porém, antes de o contrato ser assinado, a gerente da imobiliária alegou que o proprietário do imóvel não havia concordado com os termos redigidos pela própria imobiliária e teria optado por cancelar o acordo. O desentendimento teria ocorrido quando o casal foi ao estabelecimento requerer o estorno do valor pago como seguro fiança.
Alterados
Após publicação da matéria sobre o boletim de ocorrência, na sexta-feira (3), o dono da imobiliária entrou em contato com a reportagem e afirmou que foi o casal que teria provocado a confusão, primeiro mandando mensagens em tom de ameaça.
Depois, foi ao estabelecimento extremamente alterado, de acordo com ele, e um dos clientes disse que não deixaria o local caso o limite do cartão ou o dinheiro dele não fosse devolvido. “Com medo de que ele entrasse e quebrasse alguma coisa, pois já chegou batendo muito forte na porta, que estava fechada, eu coloquei meu corpo na frente dele”, informa o comerciante.
Proteger
Ainda de acordo com ele, o cliente aproximou a cabeça perto da dele, que utilizou a mão para afastá-lo. Na versão dele, nesse momento, o cliente levantou o capacete para agredi-lo, por isso usou o braço esquerdo para se defender e teve escoriações.
“Com medo de retaliações, o empurrei para que fosse embora, mas em nenhum momento o ofendi. Só falava que ele tinha que esperar o tempo certo e que não iria devolver o dinheiro para ele, porque quem tinha que fazer isso era operadora da seguradora”, explica.
Por fim, o dono da imobiliária afirma que o cliente passou a xingar a esposa dele com palavras de baixo calão, também passou a ofendê-lo e a dizer que não iria envolver polícia, porque não costuma resolver as coisas desse jeito.
“Além de empresários, somos pastores e acolhemos casais afetivos. Não somos homofóbicos”, declara o comerciante, informando que também deve procurar a polícia para dar a versão sobre o ocorrido. Por fim, afirma que como não teve contrato assinado, o casal tem que procurar a seguradora, que foi quem recebeu o único valor envolvido no negócio.