O corpo encontrado em um canavial perto do rio Tietê, em Araçatuba (SP), na tarde de quarta-feira (5), é de Evelyn de Souza, 41 anos, moradora no bairro Etemp. Ela não era vista pelos vizinhos desde a última sexta-feira (28) e o namorado dela foi preso em flagrante, inicialmente por ocultação de cadáver, ao ser encontrado na casa dela por policiais militares, após a localização do corpo.
Segundo o que foi apurado, o investigado havia sido abordado na última segunda-feira (3) por uma equipe da Polícia Militar, após denúncia de que havia um homem armado e sujo de sangue, em um bar na rua do Fico. O denunciante revelou ainda que esse suspeito teria falado que havia matado uma pessoa.
Ainda de acordo com o que foi apurado, ao ser abordado na ocasião, o investigado não apresentava as características da pessoa apontada na denúncia, mas estava com um carro registrado em nome da namorada dele. Ele informou o endereço dela, mas alegou não saber onde ela estava. Como o veículo apresentava irregularidades, de acordo com os policiais que fizeram a abordagem, ele foi recolhido ao pátio de um guincho e o investigado foi liberado.
Corpo
Porém, após o encontro do cadáver no canavial, sabendo da denúncia feita no domingo sobre um possível assassinato e de que o carro apreendido com o suspeito estava no nome de uma mulher, os policiais militares decidiram ir à casa dela, em endereço informado por ele.
Vizinhos confirmaram que Evelyn residia no local com o companheiro, ela não era vista desde a última sexta-feira, mas ele estaria na casa. Em pesquisa nos perfis do casal nas redes sociais, os policiais viram uma foto na qual a mulher está com uma aliança e com uma pulseira semelhante às encontradas com o corpo.
Diante das evidências, eles chamaram pelo investigado, que não atendeu. Assim, a equipe foi até o fundo do imóvel e pelo muro, o viu na cozinha. Foi feita a abordagem e, ao ser questionado sobre o paradeiro de Evelyn, o investigado teria confessado que a havia matado e escondido o corpo no canavial, sem revelar detalhes do assassinato.
Investigação
A Polícia Civil foi comunicada e encaminhou equipe para acompanhar a perícia, que encontrou respingos de sangue na lateral do guarda-roupa ao lado da cama do casal, indícios de que ela teria sido assassinada em casa. Durante os trabalhos, o investigado revelou que poderia indicar onde havia dispensado a camiseta que vestia na hora do crime, a qual teria jogado no canavial, logo após esconder o corpo da vítima, que teria sido transportado no porta-malas do carro dela.
A equipe de investigação, junto com os integrantes do Instituto de Criminalística, foi com o investigado até o canavial e localizou uma camiseta com vestígios de sangue. Também foram feitas buscas no carro da mulher, que segue apreendido. De acordo com o que foi apurado, havia manchas de sangue no porta-malas do veículo e também em uma agenda, um cabide e um tapete que estavam no compartimento. Além disso, dentro do carro havia um lençol com respingos de sangue.
Preso
Quando o investigado foi apresentado no plantão policial para o registro da ocorrência, o pai de Evelyn estava presente para confirmar que havia reconhecido o corpo da filha no IML (Instituto Médico Legal). Como não houve flagrante do assassinato, o delegado que presidiu a ocorrência, inicialmente decidiu pela prisão em flagrante do investigado pelo crime de ocultação do cadáver.
Porém, o inquérito será instaurado para investigar em que condições a vítima foi assassinada e ele deverá ser indiciado também pelo crime de feminicídio. Após ser ouvido, o investigado permaneceu à disposição da Justiça para ser apresentado em audiência de custódia.
Segundo o que foi apurado pela reportagem, na residência da vítima há câmeras de monitoramento e a polícia irá apurar se foram gravadas imagens que podem auxiliar no esclarecimento do crime e da ocultação do cadáver. A câmera que estava voltada para a garagem e porta da sala da residência havia sido removida.