Polícia

Corpo de homem morto no Taveira tinha 10 perfurações por disparos de arma de fogo

Foragido da Justiça, teria voltado a ameaçar os policiais após queda do telhado; investigados que estavam com ele foram presos
Lázaro Jr.
13/08/2024 às 10h59

A perícia encontrou dez perfurações por disparos de arma de fogo no corpo de Anderson Moura de Sousa, 34 anos, conhecido como “Geminho”, que morreu ao ser baleado após resistir a tentativa de abordagem entre o final da tarde e início da noite de segunda-feira (12), no bairro Engenheiro Taveira, em Araçatuba (SP). 

 

Ele estava acompanhado de outros dois investigados, que também tiveram as prisões decretadas por posse ilegal de arma de fogo. Os dois deixaram o sistema prisional recentemente, segundo a polícia.

 

Conforme já publicado, Geminho era considerado foragido da Justiça desde março deste ano, quando a 1ª Vara Criminal de Araçatuba expediu o mandado de prisão preventiva contra ele, relacionado ao inquérito da Polícia Civil que investiga uma suposta organização criminosa especializada em furtos e roubos a residência, principalmente de idosos.

 

Pescaria

 

Na tarde segunda-feira a Polícia Militar recebeu denúncia de que ele estaria em um VW Gol, indo para uma pescaria. Uma equipe da Força Tática deparou-se com o veículo pela estrada vicinal Caran Rezek, já chegando no bairro Engenheiro Taveira, retornando da zona rural.

 

Foi dado sinal de parada para o condutor do veículo, que era ocupado por três pessoas. A ordem não teria sido atendida, teve início o acompanhamento e os ocupantes deixaram o carro após ele bater na guia ao tentar acessar a rua São Paulo.

 

Tiros

 

Dois dos investigados correram para o interior de um bar nessa esquina e foram abordados. Já Geminho teria colocado algo na cintura ao descer do carro e invadiu uma residência. Ele teria subido no muro, já com arma na mão, com a qual teria feito um disparo na direção dos policiais. Houve revide, com quatro disparos sendo feitos pela equipe.

 

Geminho ainda teria subido no telhado da residência, mas caiu no banheiro após a cobertura ceder. Ainda de acordo com a polícia, ele teria ficado de pé, escorado na parede do banheiro, e com a arma em punho, continuava a ameaçar os policiais, que tentaram convencê-lo a largar o revólver. Como ele teria seguido com as ameaças, foram feitos mais cinco disparos.

 

Geminho foi atingido, caiu e os policiais entraram no banheiro, onde constataram que ele estava sem sinais vitais. Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamada e o médico confirmou o óbito.

 

Investigação

 

Durante a perícia foi recolhido um revólver calibre 38 carregado com quatro munições intactas e duas deflagradas, que seria a arma usada por Geminho para atirar contra os policiais. Ao analisar o corpo, foram verificados dez ferimentos que podem ser de entrada e saída de projéteis, sendo dois no braço direito, um na axila direita, dois na costela direita, um no peito, um na coxa esquerda, dois nas costas e um na coxa direita.

 

As armas, munições e carregadores utilizados pelos policiais que efetuaram disparos também foram recolhidas para perícia. Durante vistoria no carro os policiais encontraram um motor de popa dentro do porta-malas. Após a perícia o veículo foi recolhido por um guincho e levado para o pátio, junto com esse motor.

 

Os trabalhos foram acompanhados por equipe da DH/Deic (Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais). O corpo passaria por exame necroscópico no IML (Instituto Médico Legal) antes de ser liberado para velório e enterro.

 

Outros dois investigados foram presos

 

Durante o registro da ocorrência, os dois investigados que estavam no carro com Geminho tiveram as prisões em flagrante decretadas pelo delegado que presidiu a ocorrência. Um deles tem 32 anos e o outro, 27 anos. 

 

Segundo o que foi apurado pela reportagem, ao consultar a arma não foi encontrado registro com a numeração constante nela. E ao serem ouvidos, os dois negaram conhecimento da existência do revólver no veículo. Eles teriam apresentado versões distintas para não terem obedecido à ordem de parada dos policiais.

 

Ao decidir pela decretação das prisões, o delegado levou em consideração decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que condenou réus por considerar uso de arma compartilhada em caso semelhante, em que revólver foi encontrado dentro de carro com mais de um ocupante.

 

Antecedentes

 

A autoridade policial deixou de arbitrar fiança e representou pela decretação da prisão preventiva de ambos os investigados. Para isso, levou em consideração que os dois possuem antecedentes criminais, tendo um deles deixado o sistema prisional no final de abril deste ano e o outro, em maio do ano passado, quando progrediu para o regime aberto.

 

Eles devem passar por audiência de custódia nesta terça-feira (13).

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