Um casal homoafetivo procurou a polícia em Araçatuba (SP), para denunciar os responsáveis por uma imobiliária da cidade por injúria homofóbica análoga à racial, apropriação indébita, dano, lesão corporal e ameaça.
Os crimes estariam relacionados a um contrato de aluguel de um imóvel que foi desfeito por iniciativa da imobiliária, alegando que o proprietário da casa teria recusado as cláusulas, mas o valor pago não teria sido devolvido.
As vítimas relataram que procuraram a imobiliária para alugar uma casa na rua Dona Ida. Elas visitaram o imóvel, gostaram e concordaram em pagar o aluguel de R$ 900,00 mensais, mais o seguro fiança de R$ 1.400,00. O pagamento foi feito com cartão de crédito, sendo pagos os 12 meses de aluguel.
De acordo com o casal, antes de o contrato ser assinado, a gerente da imobiliária alegou que o proprietário do imóvel não havia concordado com os termos redigidos pela própria imobiliária e teria optado por cancelar o acordo.
Sem estorno
Ainda de acordo com as vítimas, no dia 27 de setembro elas questionaram os representantes da imobiliária sobre o estorno do valor de R$ 1.400,00 e foram informadas que deveriam aguardar um prazo de 48h.
Porém, na quinta-feira (2), ao fazer contato por telefone com a imobiliária para questionar sobre a demora, a esposa do proprietário disse que o estabelecimento não teria mais nada com o caso, pois dependia da financeira.
Uma das vítimas teria feito um desabafo, explicando que o casal está passando por dificuldades, pois devido ao acordo ser desfeito, está pagando R$ 50,00 por dia para ficar onde está hospedado. Nesse momento, a mulher teria mandado a vítima "ir à merda" e desligou o telefone.
Briga
O casal então foi pessoalmente à imobiliária, onde foi recepcionado pelo proprietário. As vítimas relataram que foram impedidas de entrar, houve uma discussão e a proprietária do estabelecimento também teria aparecido e agredido uma delas com um tapa no braço.
O casal disse que foi empurrado pelo donos da imobiliária contra uma árvore com espinhos. Além disso, a mulher teria ofendido as vítimas com termos homofóbicos e conseguiu tomar o capacete da mão de uma delas, o qual utilizou para golpeá-la na cabeça e na perna, causando lesões.
Além das agressões, os donos da imobiliária teriam feito ameaças e informado que "tinha o dinheiro para devolver, mas que não iria fazê-lo por conta do transtorno causado".
Investigação
As vítimas informaram à polícia que populares chegaram a intervir na situação e que é possível que haja imagens de câmeras de segurança sobre o ocorrido.
Elas informaram ainda que enquanto era registrado o boletim de ocorrência, receberam mensagem pelo WhatsApp e ligação, com ameaças. Um inquérito será instaurado para investigar o caso.