Polícia

Casa incendiada em Araçatuba deverá ser demolida

Idosos passam o fim de semana com um sobrinho e aguardam autorização da Prefeitura para ocupar uma edícula no fundo do mesmo quintal
Lázaro Jr.
29/09/2024 às 13h39
Casa foi condenada após vistoria da Defesa Civil (Foto: Lázaro Jr.) Casa foi condenada após vistoria da Defesa Civil (Foto: Lázaro Jr.)

A casa que pegou fogo no início da manhã de sexta-feira (27) no bairro Vila Estádio, em Araçatuba (SP), teve a estrutura condenada pela Defesa Civil Municipal em função dos danos causados pelo fogo. Enquanto isso, familiares ainda não sabem onde os idosos que moravam no imóvel irão ficar.

 

A reportagem acompanhou parte do trabalho dos bombeiros no local, quando a Defesa Civil aguardava a conclusão do trabalho para fazer a vistoria de avaliação do imóvel. Segundo o que foi informado, as chamas teriam começado quando os moradores ligaram um aparelho eletrônico e ocorreu um curto-circuito. A faísca teria incendiado a cortina, que estava próxima, e as chamas se espalharam pelo sofá, saindo do controle.

 

O comerciante Marco Antônio, que é sobrinho dos idosos, conta que após eles receberem atendimento médico, os levou para a casa dele, onde ficariam pelo menos até este domingo (29).

 

Ainda de acordo com ele, equipe da Secretaria Municipal de Assistência Social procurou a família e ofereceu pagar aos idosos, as diárias de um hotel também até segunda-feira (30), mas ele optou levá-los para casa dele no final de semana, por estar na residência. “O difícil será a partir de segunda-feira, que não terá alguém para ficar com eles”, comenta.

 

A Prefeitura também informou aos familiares que os idosos podem entrar com o pedido do aluguel social, em virtude do incêndio, porém, a família, no momento, prefere que eles permaneçam por perto. Por isso, a ideia é que as vítimas sejam autorizadas a ocupar uma edícula que existe no fundo do quintal da casa incendiada.

 

Interditada

 

Porém, de acordo com Marco Antônio, para isso, é necessário que haja a autorização da Prefeitura, já que o imóvel está interditado pela Defesa Civil. “O que nós vamos fazer é solicitar à Prefeitura que faça a avaliação o mais rápido possível e autorize que a edícula seja utilizada, nem se for necessário instalar uns tapumes para que eles possam passar pelo corredor”, explica.

 

O sobrinho dos idosos faz questão de agradecer pela atenção dispensada, desde o socorro aos tios dele, o que inclui as equipes do Corpo de Bombeiros, do resgate, da Guarda Municipal e da própria assistência social.

 

Ele conta que uma equipe com um caminhão-pipa da GS Inima Samar que passava pelo local no momento do incêndio tentou ajudar a apagar o fogo, o que não foi possível devido à mangueira não ser suficiente. “É um monte de gente trabalhando, que são pessoas invisíveis, pois só quem passa por essa situação sabe que esse pessoal existe. Eles foram perfeitos!”, agradece.

 

Doações

 

Ele também agradece a todos da comunidade que se sensibilizaram, inclusive abrigando um cão que vivia na casa, o qual está temporariamente com uma família vizinha. “Foi um incêndio muito rápido, que queimou tudo”, explica.

 

Os idosos perderam tudo, inclusive documentos, de acordo com ele. Por enquanto eles receberam doação de roupas de vizinhos e familiares. “Nós recebemos as doações de muito bom grado, porque é difícil a situação de ficar sem nada, um desespero, até documentos, celular, foi tudo. Ela está incomunicável, pois não tem o contato do celular dos amigos, de ninguém, está em desespero”, conta. 

 

Móveis

 

Com relação aos móveis e outros utensílios, por enquanto a família não tem como receber doações, por não haver onde colocá-los, já que dependem dessa autorização da Prefeitura para que a edícula seja liberada para uso.

 

Do incêndio, sobrou apenas uma máquina de lavar, que estava em uma lavanderia no fundo da casa. Assim que a edícula for liberada, os idosos devem precisar de pelo menos geladeira, cama e um guarda-roupa. “Eles irão precisar dessas coisas para montar a edícula e poder recomeçar a vida, mas não tem como a receber essas coisas agora, se não tem onde colocar”, explica.

 

Socorro

 

No dia do incêndio, a reportagem falou com uma equipe da Guarda Municipal, que informou que com a ajuda de populares, prestou o primeiro atendimento aos idosos que residem na casa incendiada. Depois, durante todo o dia, foram recebidas mensagens informando que quem teria resgatado os idosos seriam pessoas que trabalham em um escritório de advocacia na rua Francisco Braga.

 

A reportagem falou com um estudante universitário que trabalha nesse escritório, que confirmou que foi ele quem carregou o idoso no colo da varanda da residência até à parte externa, quando o fogo já havia começado.

 

Ele contou que chegou para o trabalho por volta das 7h30 e populares foram ao escritório informar sobre o incêndio. Ainda de acordo com ele, chegando na residência, o fogo já estava fora de controle e o idoso estava na varanda, se apoiando em um andador. “Eu o peguei no colo e o levei para fora. Depois levamos ele para o escritório, onde oferecemos água e algo para comer”, conta.

 

O jovem informa que os guardas municipais apareceram ao serem informados do incêndio, mas no momento em que os idosos já haviam sido resgatados, e tomaram as providências de isolar a área, até a chegada das equipes de resgate e de combate ao incêndio.

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