O recém-nascido que foi resgatado após ser encontrado no lixo na última terça-feira (4) em Birigui (SP), recebeu alta da maternidade da Santa Casa no sábado (8). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do hospital, que informou que a mãe da criança também recebeu alta médica.
O bebê foi levado para um abrigo e permanecerá sob cuidados do Conselho Tutelar. Nesses casos, a Justiça normalmente consulta familiares que tenham interesse e que tenham condições de ficar com a criança. Quando não é encontrado ninguém da família para recebê-la, ela é destinada à adoção.
Conforme divulgado, naquela manhã, José Carlos Delmonaco retornava da academia, por volta das 9h, e ouviu barulho de choro vindo de sacos de lixo deixados no cruzamento da rua José Pedi com a Dario Bertechini.
Ele pediu auxílio do casal Maiara Pavanelli, 34, e Lucas Araújo Costa, 23, que possui uma fábrica de costura nas imediações e, ao abrirem um dos sacos, para a surpresa deles o bebê estava dentro de um caixa de papelão, junto com folhas secas de árvore.
Mãe
A Polícia Militar foi acionada e a criança foi levada ao pronto-socorro para atendimento médico, recebendo inicialmente o nome de Miguel. Os policiais receberam informações de que nas imediações havia uma mulher gestante e chegaram até à casa da investigada.
Na garagem do imóvel havia um tecido, aparentemente um tapete, igual ao tecido que foi encontrado junto com o bebê, no qual havia pelos de cachorro. O material foi coletado para perícia.
A mãe da criança, uma mulher de 34 anos, foi encontrada no trabalho e levada para atendimento médico, para passar pelos procedimentos pós-parto. Ouvida pela Polícia Civil, ela disse que não queria a criança, não fez pré-natal e que deu à luz no banheiro, na noite anterior.
Estaria morto
Na versão dela, ao nascer, o menino não teria chorado, por isso ela o enrolou no tecido e o colocou na caixa. Por volta das 5h30 da manhã seguinte, ao acordar para ir ao trabalho, ela colocou a caixa dentro de um saco, amarrou e o colocou na rua, como se fosse lixo, para ser coletada.
O delegado Rodolfo Freschi Bertoldo, que presidiu a ocorrência, decidiu pela prisão em flagrante por infanticídio. A investigada permaneceu sob escolta policial no hospital, mas no dia seguinte, ela obteve a liberdade provisória durante audiência de custódia.
O caso é investigado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). Por envolver criança, tramitará em segredo de Justiça.