Assassinato em Birigui teria sido premeditado

Polícia Civil de Birigui (SP) trabalha com a possibilidade de os irmãos presos no final da tarde de terça-feira (25) terem premeditado o assassinato do eletricista Vitor Henrique Pelicer, 33 anos, crime ocorrido no início da manhã, quando a vítima caminhava com o filho pela rua Sebastião Custódio, no bairro Simões.

Um dos indícios dessa premeditação, segundo o que foi apurado pela reportagem, foi que os autores fizeram uso de roupas fechadas e pretas, que impediriam a identificação deles por meio das diversas tatuagens que possuem.

Além disso, eles retiraram a placa da moto que teria sido utilizada no crime e que foi apreendida com um dos investigados, em um rancho no Condomínio Córrego Azul, em Araçatuba. No caso da moto, a reportagem apurou que a polícia identificou grafismos e detalhes nas rodas, que a difere de outras semelhantes, o que auxiliou nas investigações. 

Além disso, trabalho realizado pela equipe de investigação também teria reunido elementos preliminares de indícios de autoria para os irmãos, detalhes esses que não serão divulgados por enquanto, para não prejudicar a sequência das investigações.

Depoimentos

A reportagem apurou que foi ouvido depoimento do pai dos investigados, que teria alegado que um dos filhos havia passado na fábrica da família às 8h30, ou seja, pouco mais de uma hora após o assassinato, e o outro filho, teria dormido na casa da namorada, em Araçatuba.

Ao ser ouvida, essa namorada deu outra versão, alegando que ela teria dormido com um dos investigados na residência onde moram, em Birigui, eles teriam acordado por volta das 7h e ido direto para Araçatuba.

A mãe da jovem chegou a apresentar um áudio que a filha teria enviado para ela, às 8h06, enquanto estaria em uma padaria, afirmando que iria passar na casa dela para buscar algumas roupas, antes de retornarem para Birigui, para trabalhar. 

Álibi

Para a polícia, tal áudio seria uma forma de tentar criar um álibi para demonstrar que o investigado estaria longe da cena do crime quando ele ocorreu. Porém, pelo horário que ele foi enviado, já seria possível que tivesse chegado em Araçatuba, onde foi preso no rancho horas mais tarde, o que apenas colaborou para a tese da premeditação do assassinato, segundo o que foi apurado.

Inicialmente os acusados devem ser indiciados por homicídio qualificado pelo motivo fútil, já que o assassinato teria sido motivado pela discussão seguida de agressão motivada pelo uso da caçamba, e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima. 

O delegado responsável pelo inquérito vê ainda como agravante, o fato de a execução ter ocorrido à luz do dia, em região habitada da cidade e na presença do filho pequeno da vítima, demonstrando a frieza dos autores.

Preventiva

Outro fator agravante para representar pela prisão preventiva dos investigados é que um deles, ao ter as algemas retiradas para que pudesse assinar os papeis relacionados ao flagrante, passou a proferir xingamentos e teria tentado agredir um dos policiais civis.

Como foi necessário o uso de força para contê-lo, o delegado que presidiu a ocorrência determinou que também fosse investigado os crimes de desacato e resistência por parte deste acusado.

Para a polícia, caso obtenham o direito a responder em liberdade, os dois irmãos poderão colocar em risco a vida de familiares da vítima e de outras pessoas que eventualmente venham testemunhar contra eles.