O homem de 65 anos acusado de assassinar a ex-mulher na manhã desta sexta-feira (8), em Araçatuba (SP), confessou o crime e disse que decidiu matá-la porque ela teria mentido ao resgistrar um boletim de ocorrência de ameaça contra ele, que resultou em medidas protetivas em favor da vítima.
Cristiane dos Santos Maruyama tinha 46 anos e foi surpreendida quando saía de casa, por volta das 7h30, na rua Barão de Piracicaba, no bairro Santa Luzia. Ela foi atingida por três disparos de arma de fogo que transfixaram o corpo. Dois tiros a atingiram no peito, acima dos seios direito e esquerdo, e o terceiro no lado esquerdo do abdômen.
Atendida por equipe dos bombeiros e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ela foi levada ao pronto-socorro da Santa Casa. E equipe médica informou à polícia que por mais de 30 minutos tentou a reanimação da paciente, mas o óbito foi constatado.
Preso
O acusado do crime foi detido por populares ainda no local e preso pela Polícia Militar. Na delegacia, ele contou que conviveu amorosamente com Cristiane por oito anos, inclusive morando juntos. Porém, de acordo com ele, a relação estava conturbada e eles havia se separado havia menos de um mês. Ele alegou ainda que estaria sendo ameaçado por Cristiane, que teria dito que "colocaria um pessoal para pegá-lo".
A polícia apurou que a Justiça havia concedido medida protetiva em favor da vítima no dia 12 de outubro. Em depoimento, o acusado negou que tivesse ameaçado a ex-mulher de morte, conforme ela teria relatado na ocorrência que gerou a medida protetiva. Por ela ter mentido à polícia, na versão dele, ele resolveu matá-la para se proteger das ameaças que alegou estar sofrendo.
Revólver
O acusado relatou que teria comprado o revólver nesta semana por R$ 3 mil, sem dar detalhes de quem seria a pessoa que teria vendido a arma. Disse ainda que na manhã desta sexta-feira ficou em um mercado na frente da casa de Cristiane, aguardando-a.
Quando a mulher apareceu, ele sacou a arma e passou a atirar na direção dela, sem falar nada. O acusado disse ter feito cinco disparos antes de ser contido por populares. No local do crime os policiais militares que apresentaram a ocorrência encontraram um revólver calibre 32 com uma munição "picotada" e cinco cartuchos deflagrados.
Facão
O hospital entregou à polícia uma mochila com pertences pessoais de Cristiane. Entre os objetos que havia na bolsa, foi encontrada uma faca, o que a polícia entende comprovar que ela estava se sentindo ameaçada e insegura com relação às ameaças que estaria recebendo.
Os pertences pessoais da vítima seriam entregues a um filho dela, residente em Três Lagoas (MS). O corpo foi encaminhado para exame necroscópico no IML (Instituto Médico Legal) antes de ser liberado aos familiares.
O acusado deve ser indiciado por feminicídio cometido em descumprimento a medidas protetivas de urgência e qualificado mediante emboscada ou recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele ficou à disposição da Justiça para passar por audiência de custódia.