O motorista de 36 anos que foi preso na noite de quarta-feira (5), em Araçatuba (SP), acusado de assassinar a companheira dele e jogar o corpo dela em um canavial, disse à polícia que a matou após uma discussão por causa do carro dela.
O corpo de Evelyn de Souza, 41, foi encontrado durante a tarde, próximo ao rio Tietê, e o acusado foi preso na residência dela, no bairro Etemp, horas depois, pela Polícia Militar, e confessou o crime.
A própria Polícia Militar o havia abordado na última segunda-feira (3), em um bar na rua do Fico, após denúncia de que no estabelecimento havia um homem armado e sujo de sangue, dizendo que havia matado uma pessoa. Na ocasião ele estava com o Nissan Kicks de Evelyn, que foi apreendido por irregularidades, segundo a polícia, mas ele foi liberado.
Discussão
Segundo o que foi apurado pela reportagem, ao ser apresentado na delegacia após a prisão, o investigado alegou que no domingo teria discutido com a companheira por causa do carro, já que ela dizia que era dela, mas ele dizia que seria do casal.
Na versão dele, durante a discussão ele deu “um murro” na companheira, que caiu desacordada. Ainda de acordo com o investigado, ao perceber que ela ainda respirava, ele passou a apertar a garganta dela, até a vítima parar de respirar.
Arrependeu
Ele disse ainda que convivia com Evelyn havia dois anos, não tem filhos com ela, mas tem outros nove filhos menores de 18 anos. O acusado alegou ainda que não queria matá-la, mas quando percebeu, ela já estava sem vida.
Arrependido, ele decidiu colocar o corpo no carro e levar até o canavial, segundo o que relatou, para escondê-lo. O acusado alegou ainda que teria usado uma faca para tentar cortar os próprios pulsos, mas não conseguiu.
Ele afirmou que fez tudo sozinho e depois ficou bebendo e esperando a polícia, pois sabia que o corpo da vítima seria encontrado, alegando que não quis fugir e não enterrou o corpo.
Deixou 3 filhos
A polícia também ouviu o pai de Evelyn, que contou que ela era divorciada e deixou três filhos, sendo dois gêmeos de 17 anos e uma criança de 8 anos. De acordo com ele, a casa onde a vítima morava era dela, que mantinha relacionamento amoroso com o investigado.
O pai de Evelyn contou que havia visto a filha pela última vez no domingo e, apesar de ela estar desaparecida, a família não registrou o boletim de ocorrência comunicando o fato, mas pretendia comunicar a polícia na quinta-feira.
Ainda de acordo com ele, foi uma das netas dele que viu na internet notícia sobre o encontro de um corpo de uma mulher e suspeito que pudesse ser a mãe dela. Passado algum tempo, ele recebeu telefonema da polícia, pedindo que fosse ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer o reconhecimento do cadáver.
Investigação
O acusado foi preso em flagrante pela ocultação de cadáver, já que o assassinato havia ocorrido anteriormente. Atendendo representação da Polícia Civil e da Promotoria de Justiça durante audiência de custódia, ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta quinta-feira e o inquérito que apura o crime de feminicídio será conduzido pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).