Opinião

Teletransporte Quântico - Afinal, o que é isso?

"Calma, não é nenhuma tecnologia de desintegração e reintegração do corpo humano, não, pelo menos por enquanto"
Da Redação
23/02/2025 às 10h32
Imagem gerada por Copilot Microsoft, orientada pelo autor Imagem gerada por Copilot Microsoft, orientada pelo autor

Por Cassio Betine

 

Quando ouvimos esse termo, teletransporte, tenho certeza de que muita gente deve lembrar de Star Trek, lá de 66. Para quem não conhece é um filme de ficção espacial, onde dentro da espaçonave Enterprise tinha uma espécie de cabine que fazia o teletransporte de uma pessoa para outro local. Ou seja, a máquina desintegrava totalmente o organismo humano e o “reorganizava” novamente na íntegra no local de destino. Literalmente uma viagem.

 

Pois é, atualmente vários cientistas ao redor do mundo conseguiram demonstrar a viabilidade do teletransporte, em escala quântica, é claro, usando várias técnicas bem sofisticadas que usam células fotônicas e fibras ópticas. Eles conseguiram transformar o conceito de teletransporte quântico teórico em uma tecnologia prática que pode revolucionar a computação e a comunicação no futuro. Calma, não é nenhuma tecnologia de desintegração e reintegração do corpo humano, não, pelo menos por enquanto.

 

O tal teletransporte quântico é uma técnica da mecânica quântica que permite a transferência de informações quânticas entre duas partículas emaranhadas, independentemente da distância entre elas. Isso é feito utilizando o fenômeno do emaranhamento, onde duas partículas se tornam interligadas de tal forma que o estado de uma partícula afeta instantaneamente o estado da outra, mesmo que estejam separadas por grandes distâncias. 

 

Complicado né. Vou tentar simplificar isso. Imagine que você e um amigo têm duas caixas mágicas. E quando você coloca um objeto em uma caixa, ele instantaneamente aparece na caixa do seu amigo, independentemente da distância entre vocês. Esse "truque" acontece porque as caixas estão conectadas de alguma forma.

 

O teletransporte quântico é mais ou menos isso, mas com partículas subatômicas. Em vez de objetos físicos, o que é "teletransportado" são informações sobre o estado quântico dessas partículas. E o tal "emaranhamento" é o que conecta essas partículas, de forma que o que acontece a uma partícula afeta instantaneamente a outra, como se as duas partículas fossem a mesma, só que em local diferente - o que acontece com uma, acontece instantaneamente com a outra.

 

Bom, então para que serve esse negócio? O teletransporte quântico será fundamental principalmente para a computação. Ele poderá ser usado, por exemplo, para transmitir informações de forma segura e rápida, além de ser essencial para a correção de erros em computadores. 

 

Na segurança, por exemplo, onde os crimes cibernéticos crescem na mesma velocidade que a evolução tecnológica acontece, poderá revolucionar o processo de criptografia, criando redes de comunicação ultra-seguras que serão praticamente impossíveis de serem interceptadas ou hackeadas, pois em caso de qualquer tipo de interferência ou invasão, mesmo que mínima, alteraria as propriedades originais dos dados, descredenciando assim sua validade.

 

Na computação em geral, promoverá melhorias na capacidade de processamento dos computadores quânticos (que já há protótipos em teste atualmente), permitindo resolver problemas complexos que são inacessíveis para computadores clássicos. Lembra de como os computadores eram há 50 anos, enormes e pesados. Hoje são tão portáteis que cabem nas mãos.

 

Com a tecnologia quântica, poderão ser muito mais potentes e ainda menores. A ciência e a medicina também ganham com isso, podendo acelerar a pesquisas científicas e médicas, permitindo simulações mais precisas e rápidas de moléculas e sistemas biológicos.

 

Muitos especialistas acreditam que dentro dos próximos 10 a 20 anos, esse tipo de tecnologia revolucionária poderá começar a ter um impacto significativo em diversos setores do mercado, e isso pode, realmente, impactar substancialmente nos negócios e na vida das pessoas.

 

*Cassio Betine é pós-graduado em Tecnologias na Aprendizagem, bacharel em Artes Visuais e Desenho Industrial. É coordenador e mentor de negócios e eventos; autor de livros, artigos e produtor de podcasts periódicos sobre Tecnologia e Inovação para mais de 70 rádios do Brasil. É fundador e coordenador de projetos da f7digitall Comunicação e empreendedor em outros negócios.

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

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