Opinião

Sim, foguete dá ré - e isso pode mudar muita coisa em breve

"Talvez em pouco tempo, poderemos presenciar algumas coisas interessantes"
Da Redação
23/06/2024 às 08h44

Por Cassio Betine

 

O avanço no campo aeroespacial é um dos mais dinâmicos e promissores da ciência e tecnologia moderna. Tudo bem que o acesso a essa área é para poucos, somente alguns raros fazem parte dos projetos exploratórios ambiciosos que visam tirar o homem do planeta que habita para lançá-lo a locais desconhecidos. 

 

Essa busca exploratória ocupa a mente humana há muito tempo, mas há pouco mais de 50 anos, o homem já tinha conseguido colocar os pés na lua - e retornado. Lembrando que naquela época (1960) as tecnologias eram bem mais modestas em relação às que temos hoje, e as de hoje, por sua vez, com certeza serão ultrapassadas em relação às que virão.

 

Naquela época, a nanotecnologia e a robotização não estavam no estágio avançado que estão hoje, os sistemas e processadores eram grandes e pesados, a inteligência artificial não era tão inteligente e os materiais para construção de aeronaves eram rudimentares em relação aos descobertos atualmente.

 

Agora, em 2024, Elon Musk - o empresário sulafricano conseguiu superar um dos fatores mais relevantes para catapultar a exploração espacial - a construção dos foguetes que dão ré. Os foguetes são os veículos que lançam as espaçonaves para fora da atmosfera da Terra, eles têm que ter alta potência, custam muito caro e não são reutilizáveis. Depois de muitos erros e acertos, a empresa Starlink, de Elon Musk, conseguiu construir um foguete desse tipo, que tem a capacidade de levar uma espaçonave para o espaço e retornar ilesa para a base. E mais, ela pode fazer isso três a quatro vezes por dia.

 

Eles esperam com isso, uma grande redução de tempo para alcançar alguns objetivos bem audaciosos, como por exemplo, construir uma base lunar e realizar viagens periódicas para lá, como aviões comerciais fazem diariamente no mundo.

 

Talvez em pouco tempo, poderemos presenciar algumas coisas interessantes. Empresas privadas como SpaceX, Blue Origin e Virgin Galactic estão trabalhando para tornar o espaço acessível a mais pessoas. Isso inclui voos suborbitais para turistas, bem como serviços de transporte de carga e tripulação para a Estação Espacial Internacional (ISS).

 

Várias agências espaciais, incluindo a NASA e a ESA (Agência Espacial Europeia), planejam retornar à Lua nos próximos anos. Essas missões visam estabelecer uma presença humana sustentável na superfície lunar, o que servirá como um trampolim para futuras explorações do espaço profundo.

 

Missões robóticas em Marte (que já acontecem neste momento) poderão se intensificar muito mais, com objetivos além de encontrar evidências de vida passada, como preparar “o terreno” para habitação. *A NASA planeja enviar astronautas a Marte na próxima década, com a esperança de estabelecer uma base permanente no planeta.

 

Mais avanços e evolução em propulsores, como motores de íons e mecanismos nucleares, poderão acelerar o transporte espacial - além dos lançamentos, permitindo viagens mais rápidas e eficientes. Além disso, o desenvolvimento de tecnologias de suporte à vida e de habitação espacial poderão viabilizar missões de longa duração em estações espaciais ou até mesmo em outros planetas.

 

Portanto, com todo esse avanço contínuo em tecnologia e a crescente colaboração entre agências governamentais e empresas privadas, creio que podemos esperar ver grandes progressos na exploração do espaço e na expansão da humanidade para além da Terra.

 

*Cássio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

Entre no grupo do Whatsapp
Logo Trio Copyright © 2025 Trio Agência de Notícias. Todos os direitos reservados.