Por Cássio Betine
É para se assustar? Sim e não. Sim, para quem acha que é insubstituível e não para quem souber tirar proveito disso. As tecnologias robóticas têm sido um dos mais significativos desenvolvimentos tecnológicos dos últimos tempos, transformando a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos com o mundo ao nosso redor. A robótica, uma vez confinada ao reino da ficção científica, agora é uma realidade que permeia diversos setores da sociedade, desde a indústria e a medicina até a agricultura e o espaço.
Basta olharmos. A indústria, por exemplo, foi uma das primeiras áreas a adotar a robótica. Os robôs industriais são agora comuns em linhas de montagem, onde realizam tarefas repetitivas e perigosas com uma precisão e eficiência que superam as capacidades humanas. E isso não só aumenta a produtividade, mas também evita que pessoas se acidentem. Além disso, a automação robótica tem permitido a produção de bens com qualidade mais consistente, reduzindo desperdícios e aumentando a eficiência energética.
Na medicina, os avanços têm permitido procedimentos cirúrgicos menos invasivos e mais precisos. Sistemas robóticos como o Da Vinci permitem que cirurgiões realizem operações complexas com um controle e uma precisão que antes eram impossíveis, e isso também não só reduz o tempo de recuperação dos pacientes, como também aumenta as taxas de sucesso dos procedimentos.
E na agricultura, o setor tem se beneficiado enormemente com a introdução de robôs. Drones e robôs autônomos são usados para monitorar cultivos, coletar dados e até mesmo realizar colheitas, aumentando a eficiência das operações agrícolas e também ajudando a garantir a sustentabilidade, permitindo o uso mais eficiente de recursos como água e fertilizantes.
No espaço, a robótica se faz necessária para a exploração e o entendimento do universo. Missões não tripuladas, como as da sonda Mars Rover da NASA, têm sido fundamentais para a coleta de dados científicos e para a expansão dos horizontes do conhecimento humano. Esses robôs são capazes de operar em ambientes hostis onde a presença humana seria impossível ou extremamente perigosa.
Portanto, é meio óbvio que a automação pode levar à perda de empregos em vários setores, exigindo uma reavaliação das habilidades e competências necessárias no mercado de trabalho. Além disso, há preocupações sobre a privacidade e a segurança, especialmente com o aumento do uso de robôs de vigilância e drones. Até para fins militares eles estão sendo empregados. Recentemente, a China anunciou não somente o emprego de soldados cães robôs, como também inteligências artificiais assumindo função de comandantes de tropas.
Só em nível de comparação, um estudo recente, realizado pela Universidade de Dake, nos EUA, apontou que 60% das grandes empresas globais já estão usando inteligência artificial para realizar trabalhos que vão desde pagar fornecedores e fazer faturas até relatórios financeiros, atendimento a clientes e ações de marketing e comunicação. E as conclusões mostram que as empresas estão cada vez mais recorrendo a esse tipo de recurso para cortar custos, aumentar os lucros e tornar seus trabalhos mais produtivos.
Os especialistas afirmam que isso não vai impactar os empregos a curto prazo, mas daqui mais ou menos uma década, a mão de obra será facilmente substituída e os contratantes procurarão por profissionais que saibam lidar com os robôs e as IAs e não por pessoas que fazem o serviço deles. Eles vão além, isso vai afetar todas as faixas-etárias e nível de qualificação. Inclusive a ilustração deste artigo foi feita por um sistema, não por um desenhista.