Opinião

Projeto Hyperion - Espaçonaves cidades

"Projeto Hyperion já está em um novo nível, inclusive convocando pessoas para ajudar na concepção de sua construção"
Da Redação
24/11/2024 às 09h10
Imagem: Criada por Dalle-3, orientada por f7digitall Imagem: Criada por Dalle-3, orientada por f7digitall

Por Cassio Betine

 

O Projeto Hyperion é uma iniciativa que explora a viabilidade de viagens interestelares tripuladas por meio de naves geracionais, utilizando tecnologias atuais e de futuro próximo. Uma nave geracional seria uma espécie de veículo espacial, no melhor estilo da Enterprise do filme Star Trek, projetada para viagens interestelares de longa duração, onde a jornada pode levar séculos para ser concluída. A ideia então, é que a tripulação inicial viva, se reproduz e morre na nave, e deixe seus descendentes continuarem a jornada até alcançar o destino.

 

Se estiver pensando que isso é uma ideia lunática (com perdão do trocadilho), saiba que o projeto é antigo, foi lançado em dezembro de 2011 por Andreas M. Hein no contexto da Icarus Interstellar, e tinha como objetivo principal realizar um estudo preliminar para definir conceitos integrados para uma nave estelar tripulada, considerando períodos longos de permanência humana no espaço. 

 

Hoje, o Projeto Hyperion já está em um novo nível, inclusive convocando pessoas para ajudar na concepção de sua construção. No dia 1º de novembro, eles anunciaram o lançamento de um concurso internacional para quem quiser contribuir com propostas de design das naves. Antes que se anime, o concurso já encerrou as inscrições. 

 

Essas naves deveriam contar com ecossistemas completos autossustentáveis, os quais apresentassem soluções de agricultura, habitação e outros sistemas de suporte à vida necessários para garantir a sobrevivência por várias gerações. Não é uma coisa simples, por exemplo, a reprodução aqui na Terra se dá num ambiente com gravidade, atmosfera e outras situações particulares do ambiente. No espaço, tudo isso é diferente e pode afetar completamente a biodinâmica de nossos organismos.

 

O advento dos foguetes reutilizáveis, que é uma novidade revolucionária no campo espacial, acendeu a chama sobre a possibilidade de tornar isso realidade. Nos últimos dias, mais uma operação da SpaceX realizou com sucesso o lançamento de um satélite e retornou inteiro para a superfície da Terra. Eu vi o lançamento ao vivo, e o que me espantou foi o tempo extremamente curto em que tudo isso aconteceu - foram no máximo 30 minutos para o foguete subir, liberar o satélite e voltar. É claro que a preparação para que tudo isso corra bem deve ter durado muito mais tempo, como qualquer operação complexa exige.

 

Embora possa parecer algo distante, a exploração espacial está evoluindo a passos largos. No último dia 22 deste mês foi realizado o nono voo espacial turístico, levando 6 viajantes civis. Foi realizado pela Blue Origin, do magnata Jeff Bezos, que possibilitou aos pagantes da bagatela de 1,5 milhão de reais ficarem 10 minutos numa cápsula com gravidade zero e ver a icônica curvatura do planeta água.

 

Como sempre digo, se considerarmos a rápida evolução das tecnologias, que avançam em progressão geométrica, talvez seja uma questão de pouco tempo para que algumas dessas ideias “lunáticas” se tornem realidade. Bom, se estamos preparados ou não pra tudo isso, a verdade é que são fatos e estão acontecendo agora mesmo, bem diante dos nossos olhos.

 

*Cássio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

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